sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eleições: Novo (ou Antigo...) Método de Escolha do Candidato

Neste período de eleições, vemos desfilar diante de nós, humildes eleitores, de nós que não queremos saber de política, que estamos enojados de políticos, que não acreditamos em políticos, nós, os enfadados, os desacreditados, os descrentes, os desiludidos, nós vemos o desfile corajoso dos candidatos a cargos públicos.
Posso afirmar, pelo menos de meu ponto de vista estritamente pessoal, que nunca vi candidatos tão bem preparados, tão bem articulados e inteligentes.
Cada um deles afirma basicamente o seguinte de si mesmo:
1) Que é o mais preparado
2) Que é o melhor
3) Que é o mais honesto
4) Que é o mais legal
5) Que é o escolhido por Deus
6) Que é o mais amoroso
7) Que é do "povo"
8) Ah, e ele é humilde pra caramba

E cada um deles afirma do seu oponente o seguinte:
1) Que é o menos preparado
2) Que é o pior dos candidatos
3) Que é o mais corrupto
4) Que é o mais estúpido
5) Que é o escolhido do Diabo
6) Que é o mais odioso
7) Que é da "elite"
8) Ah, e o cara é orgulhoso pra cacete!

Sim, sim. Fica difícil escolher.
Pois eles são tão sinceros. Eles nos olham nos olhos e nos fazem promessas verdadeiras! Eles choram. Eles pedem nosso voto tão delicadamente.
E falam, claro, mal do outro candidato. O outro candidato é o capeta (sobretudo se ele for o primeiro colocado...).
Eu sempre formo minha opinião quando vejo uma propaganda eleitoral. Mas, então, aparece outra e minha opinião vai para o beleléu.
Assim, decidi desenvolver um método de escolha. Mas tinha que ser infalível.
Propostas, ideias, promessas, etc. Tudo isso é muito vago. O candidato diz uma coisa aqui e outra coisa ali. E nada. Não temos como fazer uma comparação entre eles. Temos que encontrar um jeito de compará-los cientificamente, de "medi-los" por algum ato que todos façam.
Depois de muito estudar, decidi que o melhor método para escolher um candidato é pelo jingle dele.
"Ah, não! É muita sacanagem", algum leitor mais politizado poderia me arguir (se houvesse leitores!). "O cara quer escolher pelo jingle do candidato? Que imbecil! Ao invés de discutir ideias, de ver as propostas, de assistir aos debates, o cara vai escolher pelo jingle? Ah, vai se..."
Antes que o leitor politizado fique mais nervoso, adianto que meu método é infalível.
Pois, pensemos bem!
O candidato a prefeito, ou a qualquer cargo do executivo, precisa necessariamente saber delegar. Será ele quem tomará todas as decisões, mandará e desmandará durante o seu governo, mas, para tomá-las, para implementá-las, ele delega para seus secretários e ministros (se for o presidente, por exemplo). Para isso, a qualidade mais importante, em minha concepção, do político é saber escolher os profissionais com quem vai trabalhar. Essa escolha é fundamental. Deve ser estritamente técnica (claro, claro, para os cargos importantes. Para os outros 35 ministérios que não importam muito, podem ser escolhidos os apadrinhados políticos...).
E, para um político, nada mais importante do que a escolha de seu marqueteiro.
Se o político não sabe escolher um marqueteiro, então ele não sabe NADA!
Assim, o marqueteiro mostra todas as suas qualidades ao inventar (ou mandar inventar) um jingle para seu candidato.
E, como afirmei, todos eles fazem um jingle. Todos com um orçamento decente, é claro. Assim podemos comparar todos eles da mesma forma.
E devemos procurar o jingle ideal. Um jingle grudento, enjoativo e repetitivo. Que entre em nossos circuitos neurais e não saia mais. Que pareça um mantra que nos hipnotiza e, no momento de votar, nós apenas repetimos esse mantra e votamos no candidato. Um jingle forte, poderoso e devastador.
Nessa eleição, não vi nenhum jingle com todas as qualidades. Talvez eles devessem contratar o Michel Teló ou outro grande gênio musical. Eu não sei...
Realmente a política está muito decadente...

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