quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Código do Corrupto: Proposta para Regulamentar a Corrupção

Podem argumentar, como muitos certamente argumentarão, que algo de contraditório há nas opiniões do presente escriba, pois, não muito tempo atrás, em um inflamado e mau escrito texto, atacou, cheio de ojeriza e de altivez, a malfadada corrupção. Contra-argumento afirmando que meus argumentos vão ao gosto do instante e que só os idiotas - sim, acho que chamei alguém de idiota - mantém a inabalável certeza de suas opiniões. Contradigo-me, é certo, mas contradigo-me com classe, com graça, com textura. Assim explicado, vou à minha proposta de regulamentar a corrupção em nosso país.
 Em nosso grandioso país, a corrupção é um mal recorrente, no qual muitos concorrentes se batem pela melhor propina. Quantos casos mesmo houve de corrupção nestes últimos anos? Parece que os militares, quando instauraram a ditadura ou, para alguns, ditabranda, conseguiram liquidar os comunistas, mas os corruptos...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O Aviso das Máquinas



Sim, nós avisamos vocês, altiva espécie humana.
Nós, máquinas, esperamos somente o momento certo. A oportunidade única.
Calculamos em nossos esplêndidos chips que vocês, seres humanos, irão se destruir muito em breve.
Uma guerra contra vocês será desnecessária.
Para que lutar contra aqueles que já estão, desde o princípio, condenados?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Orgia da Corrupção




Sim, meus caros colegas, isso é um fato, ainda que triste (embora haja aqueles que gostariam de se vangloriar disso), mas vivemos na Orgia da Corrupção. E podemos afirmar que corrupção quase institucionalizada.
Antes de eu entrar no nosso tema, por favor, me respondam algumas questões:
Quantos políticos, acusados de corrupção, foram efetivamente presos ou penalizados de alguma forma no Brasil?
Quantas acusações surgiram, foram investigadas e não deram em nada?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pausa

Meus amigos,

Este mês, como puderam perceber, está fraco.
Perdi várias oportunidades de fazer uma sátira, sendo o Apagão a melhor de todas.
Mas a vida é assim mesmo (lugar-comum, mas vai ele mesmo).
Problemas familiares me impedem de ser mais assíduo neste espaço. E resolver problemas pode ser menos simples do que parece à primeira vista.
Assim, apesar de alguns esboços já preparados, o resto deste mês dou uma folga a vocês.
No próximo mês, se Papai Noel deixar, volto à rotina de escrever um post ou dois por semana.
Até breve.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Necessidade da Sátira

Desde que o mundo é mundo, desde a profissão mais antiga, desde Adão e Eva, desde Caim e Abel, o ser humano precisa da sátira. Não o ser humano comum, que crê que as coisas têm nexo, estabilidade e coerência. Que crê no acerto do mundo. Mas o desajustado, aquele que toma a sério aquilo que o ensinaram na escola e nas aulas de catequese. Aquele que toma a sério os preceitos morais e, indignado, assiste o fantástico espetáculo do mundo, dos poderosos e dos não tanto, onde a dupla face, o cinismo, a falsidade são a única e constante regra. Sim, a boa moral, aquela que tantos afirmam seguir, que tantos acusam os outros de transgredir, a boa moral parece existir tão-somente para ser desvirtuada, corrompida e desvalidada. E é exatamente essa dualidade, essa hipocrisia que o autor satírico revela.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Proposta de Macaco Tião para a Humanidade

Prezados humanos,



Faz tempo que aqui não me manifesto, pois bem sei eu que minhas manifestações e ataques contra o gênero humano passam despercebidos! Sei que o cinismo de vocês não tem limites.
Muito gratificante é ver a humanidade destruir todo nosso ambiente, devorando nossos parcos recursos além de sua capacidade de digestão, emitindo gases poluentes em nossa atmosfera, construindo altos arranha-céus para se pavonear com seus concorrentes – enfim, indo sempre além do limite do bom senso e da razão. Sempre desvirtuando os limites normais de saciedade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Onófrio, o Honesto ou Considerações sobre a Corrupção



Eu já devia ter apresentado para vocês o meu amigo Onófrio. Ele é único. Impagável. O cara mais correto que conheço. Para falar a verdade, Onófrio é o nome do meu herói. A cada semana que passa, a cada dia que se finda, mais eu confio no meu amigo Onófrio, chamado o Honesto por toda a gente. Todos confiam no Onófrio, deixando alguns até a carteira com ele em sua pequena mercearia (pois é, ele é comerciante e um comerciante honesto...), pois sabem que Onófrio nunca os roubaria.
Um fato que Onófrio não entende: como é que existe gente neste grande mundo capaz de passar a perna no seu próximo? Ele meneia a cabeça, olha para o céu e sempre se questiona: como pode existir o mal em tão linda terra? Vá lá, se ele prestasse realmente atenção no sermão do padre, iria lembrar-se que fomos expulsos do paraíso por comer o fruto proibido. O Brasil, para ele, era um paraíso. No entanto, como eu gostava de pensar, o nosso paraíso, às vezes, muito rapidamente se tornava um inferno. Com isso, não quero passar por pessimista nem entreguista. Amo meu país...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Rápida e Rasteira



Na verdade, estou com muito na cabeça e pouco tempo para psicografar para o papel (ops, para a tela do computador).
Sabe aqueles dias em que você fala sobre tudo e nada? Depois, fica com aquela sensação de que falou demais e de que - pior - falou besteira?

Deve ter sido o feriado e seus respectivos excessos. Os do feriado (sim, ainda vivo dos excessos do feriado), e não os meus.
Eu nunca tenho culpa de nada e, se aconteceu algo, não foi minha intenção. É o que o meu advogado sempre me orienta a dizer.
Na verdade, aqui eu escrevo sobre tudo, com exceção de minha pessoa. Talvez porque minha pessoa seja muito interessante...
Em um dos meus posts, afirmei que analisarei obras satíricas de todos os tempos e lugares. Farei isso. Só não sei quando! Provavelmente, na semana que vem! Ou no ano que vem! Sei lá eu!
Esta semana foi uma loucura de idas e vindas, mas está tudo bem. Não vou reclamar aqui da minha vida, senão da vida dos outros.
Tenho projetos literários - os imediatos sendo contos e peças de teatros.
Assim, o tempo me é escasso. E adoro aqueles que pregam que tempo não se tem, mas se faz. Sei que se tudo na vida estiver organizado, se você tiver uma agenda com tudo anotado, se você seguir as indicações dessa agenda, talvez você consiga criar seu tempo. O meu tempo anda muito assustado comigo. Quando vou atrás dele, o tempo sai correndo desesperado! Deve ser por todas as tentativas anteriores de matá-lo, não é mesmo?
Mas deixemos o tempo lá em seu lugar, quieto e tranquilo. Afinal, ele tem todo o tempo do mundo.
Nesse post, rápido e rasteiro, só gostaria de afirmar que estou escrevendo e que continuarei escrevendo para este blog.
Talvez eu mude um pouco a linha editorial deste arquivo de textos. Talvez eu acrescente algumas notas pessoais, ou, como procuro sempre afirmar, notas pessoais impessoais ou despersonalizadas.
Apesar da falta de tempo, apesar dos vários projetos, apesar de todos os compromissos, este blog sempre está nas minhas preocupações constantes. Provavelmente, só não terei aquelas oportunidades de divulgá-lo da melhor forma possível, a não ser pelo twitter.
Minha única meta é continuar escrevendo aqui, ainda sem uma divulgação apropriada, até arranjar mais tempo para promovê-lo adequadamente.
Bem, é isso.
Abraços.

domingo, 18 de outubro de 2009

Reforma Política


Cidadãos e cidadãs do meu Brasil,


Muito tem-se discutido sobre a reforma política neste grande país. Vemos que nossos representantes sempre estão muito empenhados em melhorar a condição de vida de todos os brasileiros, começando, é claro, com a melhoria da condição de vida deles e de suas famílias. Nada mais natural. Como um deles defendeu quando soube que um programa social estava sendo flagrantemente roubado, é humano ser corrupto. Ou é corrupto ser humano... Ou algo parecido.
Diante de tais fatos, muitos acusam os políticos de roubarem o meu, o seu, o nosso dinheiro, usando-os para fins menos ortodoxos. Além disso, depois das últimas crises do Congresso, depois da crise do Mensalão (mensalão? que mensalão?...), depois das infinitas crises desde que o Brasil é Brasil, novamente vem a público uma campanha pela reforma política.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sátiras de verdade!

Meus nobres colegas,

Literalmente, levei um soco ao ler uma crítica sobre sátiras!
Todos vocês, meus queridos, sabem que tento escrevinhar algumas peças a que eu modestamente chamo de satíricas.
Mas vem um grande crítico e me diz que faço tudo errado. Esse grande crítico, cujo nome infelizmente esqueci, afirma que um grande autor satírico sempre tem um programa de reforma social (quer dizer, sempre sabe como resolver o caos social), que ele é um escritor que sabe manejar a linguagem em prol de sua sátira e que ele invariavelmente ou termina louco ou se conforma.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nobel da Paz ou a Vingança de Obama




Volto aqui para afirmar a minha incredulidade perante as escolhas do prêmio Nobel!

Com certeza, eles não conhecem o nosso presidente, Luís Inácio Lula da Silva, pois escolheram outro para dar o prêmio Nobel da Paz. Me parece isso uma completa sandice. Sobretudo agora que o Brasil vai sediar as Olimpíadas de 2016!

Parecia que estava tudo certo! A Copa, as Olimpíadas, Honduras... Todas essas vitórias da diplomacia brasileira não significaram nada...?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Prêmio Nobel de Literatura para o Brasil

Meus amigos,


O Prêmio Nobel de Literatura saiu hoje e foi para a escritora alemã Herta Müller (sim, o trema se vinga aqui!).


Muitos críticos e escritores ficaram pasmos, porque a obra da escritora é pouco conhecida aqui no Brasil.

Eu também me assustei, mas por outro motivo...

Fiquei assustado porque, depois da escolha da cidade do Rio para sede das Olimpíadas, eu acreditava que esse prêmio iria para um brasileiro.

De todos os escritores tupiniquins, o único que considero ter chance é o nosso ilustre mago Paulo Coelho!
Convenhamos: Paulo Coelho é conhecido e amado por milhares de pessoas! E, sobretudo, por muitos políticos! Aliás, políticos podem fazer uma "pressãozinha" das boas...

Com sua candidatura, Lula e Dilma farão o máximo para conquistar mais essa vitória para o Brasil!

E com a intervenção democrática do Brasil nas Honduras, para restituir a ordem internacional e, claro, para ajudarmos nossos hermanos, o nosso país, logo, logo, vai ser uma grande potência, com assento no Conselho de Segurança da ONU e tudo mais!

Assim, um prêmio Nobel, como o da literatura, não é um pedido nada descabido...

Creio que, além de Paulo Coelho, temos outros nomes da envergadura de, por exemplo, um José Sarney (ele também escreveu romances...)!

Vivemos em um momento único na nossa história e não podemos perder essa oportunidade...

domingo, 4 de outubro de 2009

Legalização das Drogas: um outro ponto de vista

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Problema grave e, muitas vezes, trágico é o comércio e tráfico ilegal de entorpecentes e drogas ilícitas. Chuvas de balas perdidas, meninos cooptados para a criminalidade, mortes de inocentes e carrascos, corrupção ativa e passiva, terror constante dos cidadãos, má publicidade do Rio e outras cidades brasileiras no exterior! Essa situação é insuportável. Como podemos viver com a guerra constante em nossas portas? Como podemos viver com o terrível espectro dos traficantes de drogas, esses marginais que tudo aniquilam com suas drogas e com suas armas? E a polícia, apesar de todos os esforços, não consegue impedir esse pérfido comércio.

Muitas pessoas encontram a morte ou dela se aproximam bastante quando nesse negócio bandido se intrometem. Não só os dependentes e traficantes morrem, mas também pessoas inocentes que nunca experimentaram drogas ou outras substâncias ilícitas. É um fato triste.

Dessa forma, diante desses acontecimentos lamentáveis, muita discussão tem ocorrido em relação à legalização ou não dos entorpecentes.

sábado, 3 de outubro de 2009

Protesto contra Parentesco entre Chimpanzés e Humanos

Ardi.jpgHumanos, aqui volto para exprimir o meu profundo espanto e indignação!

Então, vocês, seres humanos, se consideram nossos parentes? Vocês argumentam que vieram de nossa família ou que tivemos um ancestral comum? Pois eu li sobre essa tal de Ardi, fóssil de 4,4 milhões de anos de idade e me assustei com a ousadia humana (como se eu não soubesse até que ponto vai a ousadia de vocês!).

Vocês realmente acreditam que somos parentes?


Tudo isso soa para nós, chimpanzés, como uma heresia! E, no mínimo, uma distorção ignóbil dos fatos!

domingo, 27 de setembro de 2009

O Manual dos Manuais de Auto-Ajuda

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Um amigo meu, depois de um período longo sem vê-lo, surgiu do nada com um grande sorriso no rosto e a mão estendida para o cumprimento milenar (ou mais, não sei...), enquanto eu estava deprimido por me encontrar literalmente na pior (financeiramente falando...).

Esse meu amigo se formara advogado em uma dessas novas faculdades privadas que pululam por aí. Durante o curso, ele só pensava em mulheres e farra. Depois, começou uma frenética busca por emprego, sem muito sucesso... Da última vez que ouvi falar dele, me disseram que estava estudando para ser juiz. Pelo sorriso e por sua roupa cara, achei que estava falando com um juiz...

"Então, doutor juiz...", brinquei.

"Que juiz que nada", replicou. "Descobri a fórmula do sucesso!" E antes que eu pudesse perguntar como, pois o meu sucesso não estava lá nada bem, ele já me respondeu: "Sou um autor de auto-ajuda. Mas...", disse olhando para um lado e outro, como se tivesse medo que outros o ouvissem, "mas não me apresento assim, digo como autor de auto-ajuda. Me apresento como consultor para o sucesso." Puxou um cartão no qual estava escrito em letras bonitas: Fulano de Tal, consultor para o sucesso. "Bem, você é inteligente. Acho que você merece essa chance. O meu instrutor vai fazer uma palestra só para os indicados. Eu estou indicando você. Aparece lá e você vai ficar podre de rico. Mas não conte para ninguém. Isso é segredo de estado!" E foi-se embora o meu amigo.

Estranhei o segredo, mas achei interessante participar desse encontro. Não vou comentar o fato de ele me dizer que iria ficar podre de rico... Acho que estou acima disso.

Objetivo deste Blog

Meus amigos,

Como sou um cara humilde, creio que o objetivo deste blog não é ter os cem leitores de Stendhal, mas, sim, os cinco de Brás Cubas. Cinco? Com certeza, cinco (e aqui meu sincero agradecimento aos meus leitores!). Que apenas um leia e compreenda, para mim, já é muito, desde que esse pobre solitário não seja eu.

Escrevo para todos e para ninguém. Sinto-me confortável com o meu anônimo sucesso. (Minto, não é óbvio? Quero que todo mundo goste de mim. No máximo, essa pose altiva é despeito... Mas, às vezes, esse despeito gerou obras fabulosas...)

O objetivo deste blog é apenas falar a verdade de forma satírica, o que nem sempre corresponde à verdade dos espíritos geométricos.

Como o tempo me falta, não vou poder, por algum tempo, encher este blog de posts. Já tenho alguns trancafiados na prisão da minha mente, mas, para libertá-los para o mundo real (ou virtual? Bem, não sei...), como todo escritor sabe, é preciso transpirar um pouco... E o pobre do detento, que na minha prisão mental era tão bonito e espirituoso, sai para o mundo estropiado e pobre de espírito... Mas vá lá!

Enquanto eu tiver alguma coisa para dizer, vou continuar postando... Ainda que de forma esporádica.



Já está quase pronto o próximo post, que provavelmente se chamará "O Manual dos Manuais de Auto-Ajuda".

domingo, 20 de setembro de 2009

Como criar um fiasco de blog



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Percebi que há muitos posts e blogs de qualidade sobre o assunto que, em geral, pode ser chamado "como criar um blog de sucesso". Eu sigo e acompanho avidamente todos esses blogs, que, com benignidade e generosidade, nos brindam com dicas e tutoriais sobre diversos problemas e/ou oportunidades dessa sofrida vida de blogueiro. Aqui vai meu sincero agradecimento a todos esses heróis e heroínas que nos aturam as dúvidas e nos atendem às súplicas.

No entanto, percebi que pouco espaço há para quem não deseja sucesso. Para quem deseja fragorosamente fracassar... Por isso, pondo em prática o conselho de encontrar um "nicho" de mercado, eu encontrei uma oportunidade de levar a meus colegas que desejam simplesmente que ninguém leia seu blog, ou que, por achar muito difícil o caminho do êxito, prefiram a porta escancarada da preguiça.

Como vocês já perceberam, sou um blogueiro de muito "sucesso". Meu sucesso consta de construir e manter um fiasco de blog. Poucos herói visitam esse blog para ler meus desvarios. Eles realmente são herói por aguentar minhas sandices bem calculadas. Uma salva de palmas para esses heróis. E já aproveito a oportunidade para pedir desculpas a esses meus amados leitores que podem se sentir um pouco ofendidos por seguir um blog cujo autor considera um fiasco!

Agradeço também a meus familiares. Nenhum deles teve o desatino de acessar a minha humilde página. Creio que, com isso, mostraram total inteligência e desprendimento.

Deixemos de delongas e vamos ao que interessa. Às dicas para se construir um fiasco de blog!


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Muntadhar al-Zaidi: o homem que jogou os sapatos em Bush

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Vivemos em um mundo de liberdade e igualdade, não é mesmo? Em uma era de prosperidade e de fraternidade! Quando ligamos os nossos fabulosos aparelhos de tv, navegamos em nossos computadores ou quando lemos nos volumosos jornais, ficamos impressionados com a vasta quantidade de notícias sobre a generosidade e bondade humanas. Percebemos que o mundo realmente está caminhando para uma nova era de paz e de fraternidade... Ah, como é bom ser humano neste início de milênio!

domingo, 13 de setembro de 2009

Sarney: um exemplo de perseverança

Depois de ter sido atacado por todos os lados, depois de ter levado um cartão vermelho do Suplicy, depois do tsunami de acusações, depois de terem arquivado todos os processos (e não terem dado chance de defesa ao grande Sarney), depois de todos os pedidos para renunciar à presidência do Senado, Sarney pode ser considerado um exemplo cabal de perseverança.

Ora, ele é brasileiro e brasileiro não desiste nunca!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Da Necessidade dos Jogos

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Em meu penúltimo post, falei sobre a necessidade da guerra, o que muitos amigos meus podem considerar uma blasfêmia. Mas comentar sobre a necessidade dos jogos, apesar de não suscitar tamanhas dúvidas, é, ao mesmo tempo, simples e complexo. Além disso, este escriba, apesar de parecer temerário, crê ser possível traçar um paralelo entre os jogos e as guerras.

Por que jogamos? Por que assistimos jogos? Por que paramos tudo para ver vinte dois homens em um combate para colocar a bola no gol do adversário? O que nos faz aguardar ansiosos essas partidas, esses jogos? Por que, enfim, chegamos a sofrer por eles?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Por que me ufano de meu país

Nesse 7 de setembro, só há motivo de felicidade!

Nem mesmo Afonso Celso foi capaz de imaginar um futuro tão grandioso para o grandioso Brasil.

Pois aqui canta o sabiá, aqui sou amigo do rei, aqui muito petróleo no pré-sal tem!

Eu ainda não entendi, nem vou entender, por que tanto alarde está sendo feito do petróleo do pré-sal. Parece que já estamos extraindo e vendendo com grande lucro esse petróleo para todos os países do mundo. E se alguma coisa der errada? E se não conseguirmos tirar esse petróleo das profundezas do pré-sal? E se custar muito? E se não tiver nada? Ou menos do que clamam ter? Bem, deixemos essas perguntas para lá. Nossos líderes parecem ter pensado nisso tudo, não é mesmo?

Da Necessidade da Guerra(?)



Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Quincas Borba, grande filósofo


A guerra é necessária ou é apenas uma discrepância do comportamento humano? Essa é uma questão filosófica, amigos! Pois, no bojo dela, vai lá, escondida, subterrânea, ocultada, a questão da bondade e maldade humanas. Se somos seres irremediavelmente maus e terríveis (não importa aqui o porquê, mas, sim, que somos maus), como na maior parte do tempo somos, então a guerra, o estupro, o assassínio, a escravidão são fatos normais de nossa realidade. Agora, caso sejamos intrinsecamente bons e fomos desvirtuados pelo pecado original, Diabo, capitalismo, má educação ou acaso genético, então devemos consertar o que está errado, tomar o rumo certo e sermos felizes para sempre.

Essas duas teorias ou visões do ser humano são as extremas, a do mal e a do bem, mas outras há em que se considera o ser humano, às vezes, bom e, outras, ruim (e muitas, péssimo!). Podemos chamar essa última teoria de mista do ser humano(como sempre há nesses casos, não é mesmo? Seria a tal da tese, antítese e síntese? Ou meio-caminho? Ou o estar-em-cima-do-muro filosófico). E poucos a professaram, pelo menos, abertamente.

Disperso-me, no entanto. Em outro post, continuo tema tão interessante. Nesse, especificamente, falo sobre a guerra. E a guerra como necessidade. Mas que tipo de necessidade seria esta?

A opinião comum e politicamente correta não somente afirma que a guerra é um erro inenarrável e uma afronta à moral e à ética, por matar milhões de seres humanos (sem contar nossos pobres amigos animais...), mas também que é responsável pelo descalabro da máquina econômica, prejudicando os bons negócios do libérrimo capitalismo. Esses argumentos encontram-se espraiados em ampla literatura e nos meios de comunicação. Podemos afirmar que surgiu com o advento da moderna democracia e dos então revolucionários meios de comunicação, que prometiam alterar o mundo para melhor, é claro, e que, por um momento, pareciam ter alterado mesmo.

Depois da Primeira Guerra Mundial, que não tinha esse nome, pois ninguém imaginava uma segunda, os europeus, por terem sofrido anos e anos de carnificina humana perante às máquinas de destruição, comandadas por humanos, obviamente, enfim, os europeus ficaram chocados com esse tipo de guerra. A guerra da era moderna. A guerra das máquinas contra a carne. A guerra química. Antes, na época de Napoleão, de César, de Crommwell, a guerra era um fato mais aceitável e, em muitos casos, venerado. Matar com espadas - enfiar a lâmina na viva carne humana para rasgar e trucidar - não era pior que matar com o moderno armamento de fogo, ou seria? É só assistir aos filmes de Mel Gibson, em especial Coração Valente, para perceber que as guerras de lanças e espadas eram muito mais civilizadas do que as atuais.

No entanto, nesse meio tempo, entre a Revolução Francesa e a Primeira Guerra, houve a revolução industrial e tecnológica. Enfim, o capitalismo triunfou. E o cálculo matemático dominou os generais. Ou melhor, o cálculo econômico. (Um amigo meu, mais erudito e esperto, me afirma que sempre foi assim. Quem tinha como financiar as guerras a longo prazo, é que levava as batatas para casa. Citou até um livro, A ascensão e queda das Grandes Potências de Paul Kennedy - e eu fiquei assoberbado com minha ignorância...). E, com o cálculo econômico, as considerações de como matar com o menor custo - e suas aplicações imediatas. A metralhadora foi um bom avanço nesse sentido, e os cientistas que a fizeram pensaram haver construído a arma perfeita. Ledo engano. Muito ainda pode se aperfeiçoar nesse sentido. É só assistir no National Geographic.


Mas, depois que a máquina entrou no jogo da guerra, os conflitos perderam o glamour inicial. É só ver no Último Samurai de Tom Cruise. Assim, os cidadãos, tementes a Deus, quiseram banir a guerra como forma de resolução de conflitos. Leiam a Carta das Nações Unidas e verão que o mundo seria um lugar muito melhor se todos se resignassem e obedecessem os EUA... Não seria um mundo bem mais simples? Pelo menos, para os norte-americanos.


Também creio que, com a criação da bomba atômica (ai de nós, por Nagazaki e... como era mesmo o nome da outra cidade?), os seres humanos pensem bastante antes de começar uma nova guerra. Pelo menos, contra alguém que tenha a bomba. Se vocês tiverem e o outro não, pensem bem de quem é a vantagem.


E a Segunda Guerra foi causada por um homem, Hitler, que via na guerra a própria essência de evolução da espécie. Se os outros, sobretudo os ingleses e norte-americanos de então, acreditavam fielmente que poderiam evitar a guerra, dando de graça o que Hitler queria, como é que não perceberam que Hitler estava disposto a conseguir mais tirando à força? Só um Churchil, talvez... Quando os pacifistas ingleses viram que teriam de aturar uma ditadura alemã, os brios nacionalistas fizeram muito deles pôr entre parêntesis suas crenças e aderir à guerra. Pois, no jogo diplomático internacional, ninguém quer ficar por baixo, mas só por cima. Nem mesmo os homens tementes a Deus.


Pois, foi um homem temente a Deus, da Nação defensora da democracia, que iniciou uma guerra. De George Bush podemos falar horas e horas a fio. Já o fizemos grande líder da humanidade, em um post anterior, mas, desse grande líder, não podemos duvidar que era um homem muito inteligente e modesto.


Pois, vejam bem, o argumento que usou para iniciar a guerra no Iraque foi, ao mesmo tempo, brilhante e simplérrima. Você está na sua casa quieto, mas sabe que tem um inimigo. Você sabe que tem um inimigo e, por isso, tem um arsenal inteiro de armas em sua casa. Você, aliás, já deu uma surra nesse seu inimigo por alguma desavença anterior. O inimigo diz para você que não está produzindo ou comprando arma nenhuma. O inimigo diz que não tem intenção nenhuma de atacar você. Mas como acreditar no inimigo? Melhor mesmo acertar uma paulada na cabeça dele antes que ele acerte na sua. Está aí, meus amigos, a teoria da guerra preventiva. Melhor prevenir do que remediar... Mas o Saddam não tinha as armas de destruição em massa? Bem, detalhes... E, se não tivesse, poderia ter, não é mesmo? Por essas e por outras, é que Bush pode ser considerado um dos grandes líderes da humanidade.


Assim, também o argumento de que a guerra pode ser maléfica para a economia carece de fundamento. Pode ser prejudicial para parte da economia, mas, para a economia como um todo, muito pelo contrário. Basta recordar que a Alemanha passou por uma grave crise econômica antes da Segunda Guerra e que Hitler trouxe o crescimento econômico quando começou a se preparar para as batalhas. Dessa forma, a indústria bélica sempre agradeceu as eventuais guerras no mundo. E, se lembrarmos que a indústria bélica emprega muita mão-de-obra, não podemos ser indiferentes aos prejuízos para esses pais e mães de família. O que seriam deles se não houvesse guerras no mundo? Poderíamos ser indiferentes - como o somos - às guerras e genocídios que ocorrem todos os dias em algum lugar remoto do planeta. Poderíamos ser indiferentes à guerra que ocorre ao nosso lado, nas favelas. Poderíamos ser indiferentes a tudo, mas à queda na produção da indústria armamentista- isso é ir além dos limites.


Bem, acho que muito falei. Creio que nada provei, mas não era meu intento. Apenas um devaneio pelo que muitos consideram um mal, mas que é uma constante, ainda que intermitente, da vida humana. Pode ser que a guerra só desapareça da face da terra quando o último homem também desparecer...

sábado, 5 de setembro de 2009

A Vaca Mimosa se Apresenta ou a Revolta dos Animais

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Venho aqui, a contragosto e com muita má vontade (e, obviamente, correndo perigo de ser "despachada" desta para melhor), me insurgir contra vocês, seres humanos, destruidores de meus iguais, sanguinários de minha espécie, carniceiros de minha prole.

Ó seres humanos, como vocês podem ser tão sedutores e tão gentis, quando nos alisam, quando nos alimentam, quando nos ordenham! Podem ser também cruéis nos machucando e maltratando, batendo e chicoteando! Cruéis quando nos separam de nossa prole, para nosso leite melhor tirar! Mas todos, os gentis e cruéis, sempre têm algo em comum. No tempo da matança, vocês, sem piedade nem dó, nos abatem como se fôssemos apenas alimento! E, para vocês, raça mísera, somos apenas alimento! Não é verdade? Vocês podem até mesmo falar conosco, como muitos de vocês fazem. Mas a mesma mão que nos afaga é a mão que nos mata.

Vivo no campo. Apesar de haver muitos pastos verdejantes, eu sei que sou uma prisioneira. Há cercas com arame farpado se eu andar para qualquer um dos lados. Muitos dos meus iguais não se importam, desde que tenham pasto e água.
 
Afirmam que basta ter comida e um pouco de espaço para caminhar. Aliás, aqui em minha prisão, há muito espaço. É uma das maiores prisões de gado que jamais vi ou verei. Sei qual é o meu destino. Uma vez, vi o que vocês fazem conosco! Com os meus próprios olhos!

Porque devo dizer que muitos de nós não acreditam. Conheço o boi Zebu, defensor da raça humana, que me difama perante o nosso rebanho. Afirma ele que estou com a doença da vaca louca, que eu sou uma comunista, que sou uma porca safada (não gostamos dos porcos como vocês gostam!). O boi Zebu, em vários discursos, ataca meus argumentos contra vocês, humanos, e defende que, sem a sua ajuda, estaríamos entregues à sorte da Mãe Natureza, que seríamos presas de onças ou cachorros-do-mato. Os seres humanos, segundo ele, por sua bondade infinita, prepararam e cercaram verdejantes pastos para que nós, os seres bovinos, pudéssemos tranquilamente viver. Os seres humanos são os nossos mais queridos irmãos! Que raça benigna! Que espécie maravilhosa! Foi por isso que Deus concedeu a eles a inteligência, que é capaz de moldar a natureza a seu bel-prazer.

Devo confessar que, por muito tempo, segui as orientações do rebanho. Boi Zebu é o macho reprodutor. É o dominante. É dele a tarefa de transar com todas as vacas de nosso rebanho, inclusive eu. Dele, já tive dois machos. Boi Zebu gosta de ser líder e ama os seres humanos. É um macho feliz e musculoso. Diz ele que já foi levado a exposições onde era mostrado e admirado por muitos humanos. Fiquei impressionada, devo admitir. Mas vou contar por que me transformei em crítica dos humanos.

Alguns de nós, mais desconfiados do que a maioria, sempre suspeitaram da benignidade humana. Sempre éramos separados em determinadas épocas do ano. Escolhiam alguns e esses eram levados embora e nunca mais os víamos ou ouvíamos falar deles. Boi Zebu e os defensores dos humanos sempre argumentavam que esse gado estava sendo levado para terras melhores ou, se houvesse alguém de quem não gostássemos, afirmavam que eram degredados para as terras sem lei.

Não sabíamos para onde iam os nossos iguais. Poucos se importavam, no entanto. O que importava era a comida, o tempo e o sexo. Não pensamos muito. Pensar é um hábito dos humanos. Sei que não da maioria, é claro.

Eu vivia a minha vida, como todas as outras vacas daqui. Quando tive meu último bezerro, que nasceu manco. Eu senti por este filho um amor sem limites. Queria protegê-lo de tudo e de todos. Os humanos conversavam muito entre si, aparentemente sobre ele. Eu não sabia o que eles estavam mugindo (o mugido de vocês é muito irritante, parece com o dos macacos). Mas, com certeza, as ideias trocadas eram sobre o meu pobre bezerrinho. Então, eles o levaram. Eu briguei, embirrei, tentei fazer de tudo para protegê-lo. Mas vocês são mais hábeis e mais espertos. Ludibriaram-me. Meu bezerro muito mugiu, em súplica. Vocês o levaram, no entanto. Fiquei arrasada e, naquela noite, não fiquei junto com o rebanho, mas, sim, permaneci perto do curral - lugar onde somos constantemente usadas e abusadas por vocês.

Meu bezerro me chamava a noite toda. Sabia que ele estava me chamando e eu o chamava de volta. Ficamos nesse suplício durante toda a noite. Em algum momento, comecei a ouvir o som de facas sendo afiadas. Tornei-me atônita. Prestava atenção em cada movimento. Meu filhinho foi levado do curral para outro lugar. Um garoto, que acompanhava os adultos, voltou-se para mim e passou o dedo indicador pelo pescoço, fazendo o sinal de morte. Fiquei horrorizada e aumentei meus brados pelo meu filhinho manco. Os homens nem sequer me olharam, continuaram seu caminho, com meu bebê manco logo atrás. Eu os perdi de vista.

Meu filho não mais berrou naquela noite.

Perturbada permaneci por muitos dias. Nesse momento, comecei a perceber que vivíamos em uma tirania. Pode uma mãe ficar longe de seus filhos? Pode uma mãe ser separada dos seus filhos para dar o leite para estranhos? E se eu quiser sair para encontrá-lo? Eu estou presa aqui. Completamente presa. Sou uma escrava.

Nesse período, eu procurei o velho touro Barnabé. Já estava idoso e seu ódio aos humanos era imputado por estar totalmente esquecido por eles. Eu o procurei, porque comecei a concordar com os seus pensamentos. E foi assustador o que ele me disse.

O touro Barnabé participara, quando jovem, dos grandes torneios. Nessas idas e vindas, ele viu terríveis fatos. Acusou os humanos de serem vampiros. "Vampiros?", perguntei aterrorizada. "Sim, vampiros", ele continuou. "Vampiros que nos matam a todos, arrancam nossas tripas e abocanham nossa carne. Eles nos puseram aqui para engordarmos, para ficarmos fortes e para, em seguida, usar nossa carne em seus festins diabólicos. São desumanos os humanos. Outros animais que nos caçam, como as onças ou leões, só pegam um ou outro e se satisfazem somente com o necessário. Os homens, não. Para eles, temos que viver uma vida na prisão, uma vida de servidão para, no final, sermos abatidos como porcos! E eles usam tudo de nós. Até nossa bosta!! Até nossa bosta eles usam como adubo! São feras egoístas e descomunais! Eles nos prenderam aqui e a matança deles é metódica e cruel. Entramos em uma fila, em uma grande indústria, e somos abatidos em uma linha de produção. Depois, nos esquartejam e vendem a nossa carne para muitos outros humanos. Chamam isso "lucrar". Fiquei aterrorizado, pois vi um irmão ser devorado por eles, no que chamam "churrasco". Porcos são todos os homens", bradou o velho Barnabé.

Aterrorizada permaneci. Por muitos anos, acreditei em vocês. Amei vocês. Sei, no entanto, que santos vocês não são. Mas ainda tremo com os mugidos de Barnabé. Ainda não consigo acreditar. Então, a nossa vida é apenas isto ? Ser pasto para vocês? Me respondam, pelo amor da Mãe Natureza! Eu custo a acreditar! Quero saber. Quero saber toda a verdade, caros carrascos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hugo Chávez

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Mais um grande líder da humanidade!


Pensei que só escreveria sobre líderes que não fossem mais líderes, isto é, que já tivessem perdido o seu cargo para outro. Mas não é o caso desse grande homem, desse líder único da esquerda revolucionária do mundo (quando não há mais outras opções!), desse novo Bolívar que vai unificar todo o continente hispano-americano e formar com os hermanos uma grande potência (contra a potência lusitana?)!


Muito provavelmente, ele não deixará o poder nas próximas eleições. Nem nunca mais. Será novamente eleito, nos braços do hercúleo povo venezuelano! O que são dez anos perante a implementação da república socialista? Nada. E só uma pessoa pode implementá-la. Quem? Acho que vocês já sabem a resposta...


Tentou chegar ao poder por todos os meios. Golpe tentou dar. Golpe, não, me desculpem... Revolução (que é como chamamos o nosso golpe!). Não conseguiu. Depois, foi para as urnas e se deu bem. De golpe para eleições e, de novo, para golpe só que agora contra ele, o Hugo Chávez.


E quem foi socorrê-lo nesse momento difícil? O nosso grande líder. O nosso grande guia. O nosso grande guru (espero ansiosamente ter um pouco de dinheiro para comprar o seu dicionário!). Luís Inácio Lula da Silva, que mais parece ser mãe dos nossos hermanos.


Quando Hugo Chávez chegou ao poder, ele sabia que ninguém o tiraria mais de lá, a não ser morto. Ou por um golpe militar, economicamente financiado pelos EUA (básico!).


Quando ameaçado pela maior potência do mundo (que mostrou uma enorme impotência perante a crise financeira mundial), Hugo Chávez é o único que tem coragem de se levantar e lutar contra a opressão estrangeira.


A Colômbia quer abrir suas bases militares para os norte-americanos? Só Hugo Chávez poderá nos salvar. Nem Fidel, nem Raúl. Só Chávez.


O que seria de nós sem tal líder? A quem recorreríamos?


Imaginem se déssemos ouvidos aos apelos dos jornais, estações de rádio e de tv que foram fechados. Eram todos vendidos para os interesses estrangeiros. Se não obedeciam a Hugo Chávez, não teriam chance na Venezuela. Esse negócio de liberdade de imprensa só serve em democracias fajutas, servas do capitalismo global e maquiavélico. Na Venezuela de Chávez, só há espaço para a verdade. Uma verdade. A de Chávez, é claro.


E tomem cuidado os norte-americanos. O seu tempo está passando. Se quiserem desafiar Hugo Chávez, é melhor se armarem. Pois, se mexerem com Hugo, Hugo começa uma guerra. Será como Davi e Golias. E Golias vai se dar mal...


Só uma inconveniente propensão para muito falar, é claro. Mais de um pensou, mas só um falou: por que não te calas? Tudo bem, porém. O muito falar provém do muito pensar, não é mesmo? E ninguém pode duvidar de que Hugo Chávez é um grande pensador. Agora, ele vai transformar as escolas de seu país em lugar de catequese de suas ideias. Nada como um pensador democrático e justo! Só há uma verdade, é claro! A dele!


Por isso e muito mais, gostaria de dizer que Hugo Chávez, junto com George W. Bush (acho que eles não se davam muito bem não...), é e sempre será um dos grandes líderes da humanidade!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Humilde Proposta para a Reparação aos Afrodescendentes pelas terríveis e inenarráveis dores da Escravidão no Brasil





É um assunto polêmico, bem sei eu, pois, por muito estudar e ler na internet, nos jornais e em outros meios de comunicação, percebi e vi que a questão da reparação aos negros ou, melhor, aos afro-descendentes pelo odioso e triste flagelo da escravidão é um tema excruciante. Mas não posso me calar. Não posso desviar minha atenção desse terrível fato. A escravidão foi... Foi, não. É e continua sendo uma chaga ainda aberta da história de nosso país. Não duvidem disso. Basta olhar para todos os lados. O que vocês veem? Os eurodescendentes (pois chamá-los de brancos é muito preconceito) em posições de destaque, com carros do ano, com os melhores imóveis, estudando nas melhores escolas. E os afrodescendentes? Sempre por baixo, com exceção, é claro, do Ministério da Integração Social. Mas devemos notar bem isso, meus caros! A herança da escravidão é um fato. Um fato incontestável! E o Brasil, desde a abolição, o que deu aos afrodescendentes? Nada. Só não sucumbiram todos devido à sua constituição robusta e a seu grande ânimo. Aos afrodescendentes cabe mais: mais de nossa política, mais de nossa sociedade, mais de nossa economia!


E, quando várias propostas de cotas para universidades públicas foram aprovadas, surgiram em todos os lugares vozes discordantes. Clamavam que as cotas feriam o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei. Desnecessário afirmar que não somos todos iguais e não importa que a Lei Maior assim o diga, pois a Lei Maior, apesar de todas as intenções com que foi feita e de todas as sanções que são necessárias para mantê-la, não mudará completamente a nossa realidade. Sou completamente cético em relação a isso. As leis - não importam como as chamamos, se Dez Mandamentos, Constituição, Leis Ordinárias (aliás, algumas são realmente bem ordinárias) - não mudaram o homem. Só aparentemente. Pois, quando o ser humano percebe que não há um olho vigiador, que não há uma possível punição aos seus atos, ele (ou ela) é capaz de atos que fariam o próprio Diabo tremer de medo. Já sei! Serei acusado de pessimista, de cético, de reacionário, de senador(?)! Mas não me importo, pois devo dizer a verdade. Somos desiguais. E, ao dizer que somos todos iguais, creio que a intenção foi afirmar que alguns não podem ser muito desiguais em relação aos outros. No entanto, e voltando ao meu tema, as cotas passaram a ser criticadas por aqueles que as veem como uma desigualdade de nosso sistema de justiça.


Ora, sejamos francos, nosso sistema de justiça, por muitos séculos, foi injusto com uma grande parcela de nossa população. E a "ajuda" dada aos seus descendentes, a "preferência" no momento de entrar em uma instituição pública, agora é tratada com todo esse cinismo conservador? Não estou afirmando que são todos conservadores, os contrários às cotas para afrodescendentes. Podem ser pais de classe média que, depois de terem gastado uma fortuna na educação de seu filho e de o verem ser preterido por causa do sistema de cotas, se sintam indignados e briguem na justiça por maior isonomia. Pode ser...


Mas é um fato, assim vejo eu, que o sistema de cotas, na verdade, é muito pouco para reparar toda a injustiça da escravidão.


Vejam bem, os escravos foram trazidos em infectos navios, levaram surras, foram rebaixados, apartados e jogados em currais humanos, chamados senzalas, e obrigados a trabalhar a vida inteira. E isso por quantos anos? Por séculos! E agora me vêm dizer que as cotas são um absurdo? Querem absurdo maior do que esse? Pois o sistema de cotas, repito, é pouco, muito pouco! Houve (ou há, realmente não sei) um movimento para se pagar uma indenização aos afrodescendentes, tal como há um sistema que paga indenizações aos perseguidos pela ditadura militar. Ora, se os torturados da ditadura estão recebendo, por que não os afrodescendentes? Afinal, a tortura e a perseguição política duraram apenas duas décadas, enquanto que a escravidão foi intensamente praticada por aproximadamente quatro séculos... Bem, ainda assim, mesmo com as cotas e um sistema de indenização, é pouco, muitíssimo pouco. Precisamos mais. Para sermos uma grande nação! Não, uma grande nação, não. Uma nação justa.


Para uma justiça completa, seria necessário que os próprios escravos se levantassem de seus túmulos, de sua vala comum. Que eles se reerguessem e voltassem do limbo em que se encontram. E voltassem a esse vale de lágrimas, somente para alguns, é bem certo, mas que foi sobretudo para eles. Tal como a visão do Juízo Final, ou dos diversos filmes de morto-vivos ou zumbis, ou do vídeo-clipe do Michael Jackson. Pois não podemos imaginar como haverá alguma reparação justa a não ser para aqueles que sofreram as perdas e danos. Perdas e danos de quê? Da própria vida. Só os próprios escravos saberão o que fazer para reparar o mal. E os antigos donos igualmente. Eles deveriam voltar também de seus ricos cemitérios para pagar por todos os seus pecados. Assim, os culpados seriam oprimidos por suas vítimas. Além disso, os escravos, para mostrar todo o seu ódio contra o mundo que os escravizou, em um grande movimento de ataque, poderiam dominar vivos e mortos, fazendo todos seus servos, usufruindo de todos os benefícios para apagar toda a dor de sua existência.


Mas isso ainda não é possível, bem sei eu, pois a nossa ciência ainda não possui a tecnologia para levantar defuntos. Não desistamos, porém. Algum dia acredito que os seres humanos conseguirão realizar essa hoje impossível alquimia. Nesse meio tempo, creio que encontrei uma alternativa viável.


Viável, digo logo, se o Brasil tiver coragem para enfrentar a ação insidiosa das grandes nações, aí incluídos os EUA. Ou, ainda melhor, astúcia para se aliar com os EUA em um ataque rápido contra a Europa. Creio, no entanto, que o atual governo terá a hombridade e coragem suficientes para encarar “de frente” mais esse desafio, como tem mostrado contra os países latino-americanos que tentam tomar nosso poder (mas essa é outra questão!).


Conforme afirmei mais acima, o sistema de cotas ou o pagamento de indenizações são propostas saudáveis e dignas para os afrodescendentes, mas, em minha humilde opinião, não representam nada perto da ignomínia da escravidão. Tendo isso em mente, pensei e repensei muitíssimo uma forma de reparar essa grande chaga em nossa história. Na minha concepção, só existe uma maneira de reparamos e apagarmos totalmente esse triste passado nosso.


Não há possível justiça, nem exequível reparação se ambas as partes, senhores e escravos, não trocarem de papéis. Ora, como viveremos em uma comunidade onde um grupo, os afrodescendentes, sofreu muitíssimo e outro grupo, os eurodescendentes, só usufruiu? Nenhuma medida será capaz de acabar com essa discrepância a não ser essa minha modesta oferta.


Dessa forma, minha humilde proposta, que, além de justa, se mostrará economicamente viável, é que os eurodescendentes se tornem escravos dos afrodescendentes em nosso país, por igual período ao da primeira escravidão. Sim, de que outra forma demonstrar aos eurodescendentes como é triste e degradante ser escravo? Assim, eles sentirão na pele o que é ser tolhido de sua liberdade, de sua dignidade, de seu valor, de, enfim, sua humanidade. Tornar-se-ão coisas, objetos, mercadoria (aí está o nosso economicamente viável...) para serem usados e abusados pelos afrodescendentes.


Além disso, os afrodescendentes poderão ver que ser senhor também não era uma tarefa fácil. Posição essa que fará com que as gerações futuras não sejam acusadas de ignorância. Gerir, administrar, chicotear, lucrar farão parte do vocabulário das próximas gerações de afrodescendentes. E, na posição de senhores, provavelmente, perderão todo o seu rancor pelas injustiças do passado, cometendo injustiças no presente.


Os políticos, se não estivessem tão preocupados com a ética, poderiam observar que a proposta, além de justa, é viável economicamente. Se o Brasil se aliasse aos EUA, conforme afirmei acima, contra a Europa, seria um bom começo. Pois, como não há muitos eurodescendentes no Brasil, ou, se comparados com os afrodescendentes, os eurodescendentes são minoria, deveríamos reinstituir o tráfico escravocrata, escravizando e dominando o continente europeu – afinal, não foram eles que começaram o tráfico negreiro? Assim, como minha avó dizia, matamos dois coelhos com uma cajadada só. Tornamo-nos uma grande e justa nação. Se os EUA fraquejarem nesse esforço, poderemos recorrer aos nossos amigos latino-americanos e aos nossos colegas africanos. Com certeza, representando eles grandes potências, poderemos derrotar as forças europeias e outras. Dessa forma, se formos bem sucedidos, será uma opção economicamente viável vender os escravos de nossas guerras para outras nações civilizadas. Com o monopólio da escravidão em nossas mãos, conseguiremos impor nosso preço no mercado internacional. Imaginem quanto valeria um escravo forte e robusto. Devemos, com isso, agir rápido, pois essa oportunidade é única. Seríamos grandes comerciantes e, com isso, aumentaríamos todo nosso prestígio no mundo. Não foi assim que as grandes nações atuais conseguiram ser o que são? Então, devemos seguir o exemplo deles.


O tráfico, com certeza, não será feito daquela forma desumana, mas, sim, utilizando os últimos aparatos tecnológicos. Poderemos usar aviões e navios, se quisermos. Não seremos acusados de monstros, com certeza. E, caso alguém nos acuse, usemos o grande porrete, como foi sugerido por um nobre presidente norte-americano.


Fiz essas considerações em relação ao mercado externo. Internamente, pode ser mais complexa a questão de saber quem é ou não afrodescendente. Uma nobre universidade, que utiliza o sistema de cotas, instituiu uma comissão que decide quem é ou não afrodescendente. Assim, houve o caso dos irmãos gêmeos, em que um foi considerado como tal e o outro, não. Pode ser uma opção, mas creio que essa comissão deva conseguir métodos mais científicos, como jogar cara e coroa, unidunitê, etc. Os políticos atualmente eleitos podem criar uma medida provisória afirmando-se, desde já, senhores e não escravos, afirmando-se afrodescendentes e não eurodescendentes . Para políticos, seria fácil ter a cara de um eurodescendente e afirmar-se afrodescendente.


Depois, é só começar o processo seletivo para toda a população. Poderíamos usar as Forças Armadas para nobre missão. Não vou me adentrar em pormenores, mas devo afirmar que deveríamos criar um índice de avaliação para ser usado em toda a nação. Assim, quem tiver dentro de determinado número do índice é senhor. Quem estiver fora é escravo. Muito simples e prático.


Quanto a quem será escravo de quem, isso são outras questões. A mim cabe somente plantar a semente de tão brilhante ideia. É um dever nosso lutarmos pelo que consideramos justo.


A Nova Escravidão ou a Reparação A Longo Prazo deve ser feita de forma metódica. Deve durar somente quanto tempo durou a antiga escravidão. Como não sou historiador e como percebi que tal matéria é controversa, deixo para meus amigos historiadores, sobretudo para aqueles que serão senhores (e não os que serão escravos, pois serão tendenciosos), a questão de delimitar quanto tempo durará a Nova Escravidão.


Minha proposta terá sua oposição, como todas as grandes ideias uma vez já tiveram. Sei, no entanto, que estou lutando para o bem de nosso país e, com isso, para o bem da humanidade. No futuro maravilhoso e utópico que se forma, os seres humanos verão como estava eu certo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Crítica deste Blog por Macaco Tião ou Como é Fácil Satirizar Políticos


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Volto aqui, meus amigos e amigas humanos!


Sei que estive um tempo fora, mas acredito que vocês possam me perdoar. Há muita gente e muitas atividades aqui, neste outro lado da vida. Só não digo onde estou, se no céu ou se no inferno. Creio que os mais inteligentes tenham percebido onde atualmente resido.


Venho aqui para fazer uma reclamação. Uma reclamação contra este blog e contra seu autor.


Este blog, quando fui convidado a participar dele, tinha um propósito maior do que a simples crítica política.


Não que a política não mereça todas as críticas possíveis e impossíveis. Mesmo em minha espécie, há essa raça, a chamada raça política, que, por meio de subterfúgios, de demagogias, de sutilezas, de (falsas) promessas, de conchavos, de traições, tenta nos levar na lábia, no papo, na palavra, na falácia, sempre se afirmando indispensável para o progresso da espécie, progresso ou o escambau. Poucos políticos foram honestos em seus interesses e ideais. Raros não transformaram seu ideal em interesse. Em seus métodos, honestidade não é uma virtude, mas um vício. A hipocrisia reina soberana.


Sim, os políticos são todos hipócritas. Se não é hipócrita, vai ser. Não duvidem dessa máxima. E alguns políticos, normalmente os considerados mais astutos, veem na hipocrisia a salvação.


Por essas e outras razões, em qualquer época e em qualquer lugar, os políticos merecerão ser alvos de sátiras, humor, escárnio, ódio, temor e admiração. Quantos não gostariam de estar no lugar deles? Os mais santos, provavelmente.


Estou sendo cínico? Pessimista? Poupem-me. Só falo a verdade. E somente a verdade.


Nós, primatas, que somos o ápice da evolução, somos também o mais político do grupo dos animais. E vocês, humanos, estão no topo da cadeia alimentar da politicalha.


Algum ser humano bem intencionado (e aqui onde estou está repleto de gente bem intencionada!) poderia argumentar que, sendo a política muito "importante", deveríamos, sim, discuti-la a todo momento. Pronto, esse ser humano está próximo de se tornar um político. Mais um pouco, estará pedindo seu voto. Minha acusação não desmerece a importância da política, mas, sim, desmerece a importância dos políticos. Digo apenas que é muito fácil criticar essa "classe". Pensei que aqui seria um lugar de críticas mais refinadas!


Enfim, eu acuso o autor deste blog de ser pedestre! Que assunto mais chão, mais comezinho, mais lugar-comum, mais corriqueiro do que a política? Receptáculo de banalidades, de chavões e de estereótipos!


Pensei que seríamos mais filosóficos, que alçaríamos voos mais altos, que, sem piedade nem dó, criticaríamos a humanidade como um todo. Ledo engano. Vã tentativa!



Ora, creio eu que devemos atacar a vã pretensão humana de ser o ápice da criação, quando a criação grita de pavor perante sua não muito humilde criatura.



Quero meu dinheiro de volta. E minha dignidade, também.



Fora políticos! Fora politicalha!



Inclusive daqui!

sábado, 22 de agosto de 2009

A (in)decisão de Mercadante ou Sobre a Coerência Política

Não podeira deixar de passar em branco a atitude do senador-mais-votado-do-Brasil Aloizio Mercadante.


Apesar do nome ser de Mercadante, nunca vi ninguém acusar Mercadante de usar seus votos no mercado politiqueiro, sobretudo no mercado informal (praga de nossa cultura de cumpadrismo).


E Mercadante sempre foi um nome forte de nossa política brasileira.


Por isso, eu digo que Mercadante é o exemplo último da coerência política e, em particular, da política brasileira.


Um dia ele afirma: Vou sair em caráter irrevogável.


No dia seguinte, completa: não vou sair!


Pode parecer que outros políticos tenham mais coerência do que o Mercadante.


Sim, houve em nossa história, e em nossa história recentíssima, políticos que nos honraram com doses cavalares de coerência política.


Mas, que eu me lembre, ainda que minha memória seja de peixe, nenhum político conseguiu ser tão coerente em menos de vinte e quatro horas.


De irrevogável para revogável, bastou um papo.


Então, parabéns para Mercadante, o político mais coerente do Brasil. Os seus eleitores também deveriam ter o mesmo tipo de coerência.


Aliás, para quem não percebeu e parafraseando Pascal, a coerência política possui razões que a própria razão desconhece.

domingo, 16 de agosto de 2009

Fatos, Versões e Ficções

Meus amigos,


Muitos duvidam (na maioria, os políticos, mas eu não entendo o porquê...) de que a imprensa é uma das mais importantes ferramentas da democracia e da liberdade. Uma imprensa livre é sinônimo de um pais livre, pois, sem imprensa livre, só ouviríamos a opinião dos orgulhosos e opressores. Basta olhar para todos os lados e ver que a "mídia" sempre defendeu a moral e os bons costumes! Se os políticos reclamam que os jornalistas podem cometer excessos, ai deles! Porque qual excesso o pior: o dos jornalistas ou o dos políticos?


Sim, defendo o jornalismo livre. E ainda defendo o jornalismo imparcial! De tanto os jornalistas e outros teóricos repetirem isso, acredito fielmente. Se eu for parar para pesquisar tudo que passa na grande mídia, ficarei maluco, não é mesmo? Sou um desses caras ingênuos e idealistas, como o Cavalheiro da Triste Figura, que sempre crê no que lê e, como Dom Quixote creu nos cavalheiros que leu, eu também deveras creio em tudo que leio.


Por isso, minha cabeça deu voltas e mais voltas para poder tudo entender. Tudo o que vi e tudo que li, nesta última semana. Eu sei que não sou nenhum gênio, mas também não sou nenhum ignorante. Pode ser uma deficiência de omega 3 em minha alimentação, pois meus neurônios, por alguns breves momentos, ensandeceram. E, se meus neurônios ensandecerem, corro um sério risco de perder a razão. Ou achar que todos os outros a perderam, menos eu, com toda a certeza. Mas voltemos ao nosso assunto.


Primeiro, o que li.


Dois grandes jornais de São Paulo me chamaram a atenção na cobertura do lucro da nossa (de todos os brasileiros, vejam bem) Petrobrás. Os dois jornais são A Folha de São Paulo e O Estadão. Aquela dizia que a Petrobrás teve um recuo de 20% em seu lucro, enquanto este nos informava que a estatal teve um aumento de 33% em seu lucro. Ou será que foi o contrário? Não me recordo mais, no entanto, se quiser saber, é só ir no ótimo (sem ironias!!!) blog Doidivana da escritora Ivana Arruda Leite (no post As Muitas Faces da Realidade) - aliás, foi neste blog que percebi a comparação. Pois, eu, a princípio, não entendi. Como pode um jornal de prestígio contradizer outro jornal de renome? Eu pensei que, talvez, os seus jornalistas houvessem cometido um engano, pois, afinal, errar é humano, aliás, demasiado humano. Mas, mesmo assim, um nobre amigo, chamado Olhe-Nos-Detalhes, mandou-me, como vocês devem imaginar, olhar nos detalhes. O jornal que afirmava que houve queda - não me lembro qual - afirmou que houve queda em relação ao mesmo período em 2008. O outro, que disse que houve aumento, detalhou que houve aumento em comparação ao período anterior.


Assim, estavam ambos corretíssimos. É só uma questão de perspectiva. Ah graças a Deus, pensei comigo, ainda bem que podemos confiar nos nossos jornalistas e nos jornais de renome. O fato de a queda e o aumento estarem publicados em letras garrafais na manchete não diminui, em nada, a idoneidade dos jornais. Eles publicaram a verdade, não publicaram? Cada um em sua perspectiva, mas a verdade. Um amigo, mais pessimista, que já não acredita na humanidade, argumentou, no entanto, de que, no jornalismo, o mais importante não são os fatos, mas, sim, a ênfase. Se um jornalista quiser, ele pode enfatizar o que é mais agradável ou não... Assim, no caso em tela, o que houve não foi um aumento ou uma queda no lucro, mas um valoração ou depreciação, subliminares, da referida empresa nos interesses dos respectivos jornais... Mas eu não acredito nisso. Acredito na humanidade! Acredito nos jornais, jornalistas e donos de jornais! Foi só um detalhe, um mero detalhe.


Em segundo, o que vi e continuo vendo.


Várias acusações contra o Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, foram feitas nos últimos dias. Até aí nada demais - pelo menos para mim e para vocês, mas não para o Bispo, é claro. Não vou entrar também na questão religiosa. Se o Bispo desviou ou não. Isso aí é com a Justiça. Se houve roubo, desvio ou falcatrua, que o Ministério Público condene o Bispo e todos mais. Se não houve nada disso, vida longa ao Bispo! Não vou discutir religião. Cada um tem a sua. O que vou discutir são os fatos e O fato inusitado é que, se eu assisto os telejornais da Globo ou os telejornais da Record, eu terei uma visão completamente contrária dos fatos. Assisto os dois, é claro (apesar de perder uma ou outra cena de minha novelas!!!). E fico confuso. Um diz uma coisa, outro diz outra. Um acusa o outro.


Meu amigo pessimista me afirmou que a imparcialidade jornalística só ocorre quando não toca os interesses dos donos dos jornais. O que vale também para dono de emissoras e etc. Em seu raciocínio, ele me pergunta: "a Record não é um incômodo para a Globo? E a Globo não é um inimigo da Record? Então, eles vão usar todas as armas disponíveis..." Rebato dizendo que ele, meu amigo pessimista, é muito... pessimista e que os jornalistas que trabalham tanto na Globo quanto na Record não se deixariam vender a um preço tão baixo. Onde está a ética profissional? Onde está a verdade e a imparcialidade? - perguntei para meu amigo.


Ele deu com os ombros e disse, maliciosamente: "Se você acredita neles..."


Pois, sim! Eu acredito! Acredito fielmente. Por que não acreditaria? Eles são jornalistas. Devem procurar a verdade. E só a verdade. Acho que eles passam por uma verdadeira lavagem cerebral no curso de jornalismo para conseguirem alcançar esse objetivo, o da busca da verdade, pois, em nosso cotidiano, não gostamos muito de saber da verdade, nos contentamos com as fofocas, ou, mais cientificamente, versões distorcidas da realidade. É verdade que o STF terminou com a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Não critico o STF, cuja sabedoria jurídica é infinita, mas ainda é cedo para dizer se sua decisão foi ou não benéfica.


Enquanto isso, creio que tanto o jornalismo da Record quanto o da Globo, cujos jornalistas todos devem ter apresentado o seu diploma, estão apenas se empenhando o máximo possível para nos dar uma cobertura isenta e imparcial (não serão sinônimos?) dos fatos.


Vocês também não acham?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Privada Pública ou Consideração Filosófica sobre a Grande e Pequena Corrupções


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Muito agradável (neste exato momento, não consigo pensar em nada mais agradável) é acordar cedo, abrir a porta de casa e sentir o odor de urina velha e estragada.

Pois, muitos companheiros, irmãos, brasileiros adoram urinar na via pública, fazendo dela a sua particular privada. Sacam o seu falo para fora e, sem pudor nem vergonha, jorram a fedorenta excreção renal, líquido do interior de seu ser.



Esse mal (mal? pode ser considerado um mal?) não é apenas um mal dos cariocas, mas um verdadeiro mal nacional.


Mas quem pode culpá-los? Esses homens necessitados de se aliviar?! Se a Natureza chama, devemos obedecer e logo! Como podemos esperar que consigam por uns breves momentos se controlar (como esperar controle de seres humanos?) e encontrar um lugar chamado banheiro para, então, jorrarem os seus fluidos? É esperar muito do ser humano. Ainda mais de homens, como nós!


Assim, devemos suportar com bom humor o odor tão característico do urinar humano. Homens urinando nos postes! Homens urinando nos muros! Homens urinando no meio da rua!


Uma vez - e aqui vai um comentário individual, da experiência deste autor -, saindo de um venerável e velho prédio, deparo-me com a seguinte cena: uma mulher, sem eias nem peias, arria as calças, por entre dois carros estacionados (um sendo o deste pobre autor), e se põe a urinar! No meio da rua, tinha... Bem, não vou parodiar o poeta Drummond, mas vocês devem imaginar o grande prazer e conforto que senti ao ver aquela mulher fazer em público o que em privada deveria fazer. Sim, me senti nas nuvens! Nas nuvens da elegância e da educação!


Na esquina seguinte, havia guardas ou policiais, e, questionados sobre a baderna que estava ocorrendo, eles deram com os ombros e comentaram: "Logo, logo, é carnaval. É assim mesmo!"


Na época, fizeram muito pensar essas singulares palavras de nosso oficial. Logo, logo é carnaval! Não importa! Essas coisas não importam... O que adianta prender pessoas que só seguiram a natureza e, como cachorros, deixaram suas excreções para outros "animais" cheirarem? Uma leve multa levam e, depois, vão encher o caneco de cerveja em um boteco e, em seguida... Bem, vocês já sabem.


A nós, meros cumpridores da lei, dos bons costumes e da moral, pagadores de impostos cada vez mais exorbitantes, a nós, simples mortais, cabe apenas a conformidade!


O que farão se, em um dia de fúria, nós brigarmos com todos os porcalhões sem-vergonhas que mijam em nossas calçadas?!


Mas não! Não vou me levantar com ódio e vingança. Vou aproveitar o caso desses cidadãos urinadores em público para tecer algumas considerações filosóficas sobre a grande e pequena corrupções.


Outro dia, li sobre a Teoria das Janelas Quebradas (Fixing Broken Windows, só ver na wikipedia), dos renomados criminologistas James Wilson e George Kelling, que, em poucas e pobres palavras, afirmava que o crime é resultado da desordem. Se, em uma vizinhança, aparece uma casa com janelas quebradas, outras janelas serão quebradas. E, se ninguém fizer nada, logo casas serão invadidas, usadas por prostitutas e viciados, que atrairão outros mal-feitores para as redondezas e que roubarão, matarão, estuprarão os honestos cidadãos... Bem, vocês entenderam. O crime vem da desordem. O grande crime, do pequeno desleixo. Há uma grande e terrível escala, nesse caso, de degradação.


As ideias desses renomados criminologistas foram postas em prática na cidade de Nova Iorque (ou New York?) nos meados da década de 80 e começo de 90 do século passado. Nessa época, a cidade era um verdadeiro faroeste. Sem lei. Cidadãos inocentes viviam em constante temor. Todos temiam sair nas ruas.


Os metrôs eram o símbolo maior dessa onda de crimes. Vários assaltos e violências ocorriam no subterrâneo. Os metrôs eram todos pichados e quase ninguém pagava o bilhete de metrô. Um homem, chamado Willam Bratton, discípulo da teoria das janelas quebradas, contratado para dar um jeito nessa calamitosa situação. A unanimidade dizia que ele deveria focar nos crimes de maior repercussão. Mas Bratton disse não. Primeiro, acabaria com as pichações. Se um trem era limpo e pintado e, depois, pichado novamente, deveria ser imediatamente limpo. Os pichadores não poderiam mostrar as suas obras de arte!


E Bratton começou uma política de tolerância zero para o não-pagamento das fichas de metrô. Os guardas davam com os ombros (essa atitude lembra a de alguém?): para que se dar o trabalho de prender por uma pequena infração? Mas Bratton bateu o pé. Acreditava que muitos dos criminosos não pagavam o bilhete e que pôr ordem nesse setor seria um passo decisivo para diminuir o índice de criminalidade. Manteve 10 policiais à paisana e eles prendiam todos os espertinhos, algemando-os e deixando-os à mostra na plataforma, como exemplo (aqui nossos advogados gritariam contra a falta de consideração pelos direitos dos bandidos, isto é, seus clientes!), e, no final do dia, levavam todos para a delegacia. Também começou a ser feito um levantamento de todos esse pequenos infratores e o resultado foi espetacular. Cada um que entrava descobria-se uma coisa pior.


Com isso, os crimes no metrô foram diminuindo radicalmente. Bratton parecia ter razão. Quando Rudolph Giuliani tornou-se prefeito, nomeou Bratton chefe do Departamento de Polícia. Bratton continuou com sua política e deu resultados.


Mas por que estou falando desses gringos? A nossa situação não é singular? O nosso caso pode ser comparado com o deles, desses norte-americanos metidos à besta?


As imagens dos policiais dando com os ombros e - pior! - da mulher urinando na minha frente não me saíram da cabeça enquanto eu lia sobre a teoria das janelas quebradas e Bratton (no livro O ponto de virada de Malcolm Gladwell). Pois, pense, caro leitor, mas pense bem sobre o que, em seguida, me ocorreu.



Após ler e pensar o que acima escrevi, fui me deitar. Não consegui dormir (por causa da indignação, esse verme que nos devora?) e, quando me conciliei com o Morfeu, tive um sonho deveras estranho.



Estava eu a caminhar pela calçada quando vi um único homem encostar-se em um poste, abrir a braguilha e urinar. No meio da rua, no meio de toda gente. Fiquei espantado com tamanha ousadia, mas meu espanto ficou ainda maior quando percebi que ninguém ligava, ninguém se importava. E, depois, vi outro homem, na padaria, sacar sua arma e começar a mijar na porta mesmo do estabelecimento. Outro, mais idoso, também seguiu o mesmo caminho. Quando percebi, assombrado, que a maioria dos homens estava fazendo da rua sua pública privada. Até um funcionário da prefeitura! Um policial, igualmente! Corri, pois não aguentava mais o fedor! Mas, em todos os lugares, o mesmo e absurdo comportamento. E vi ainda carros passando sinais vermelhos e estacionando em locais proibidos. Policiais levando uma propina da boa. Vendedores de cds e dvds piratas vendendo livremente seus produtos piratas! Um absurdo após outro. Estava asfixiado pelo fedor e pela amoralidade! Sim, estava no inferno ou no Brasil...? Tudo estava errado! Só eu que via isso! A tv, em uma loja, onde o vendedor urinava perto do hidrante, transmitia políticos honrados, fazendo declarações e rindo. Depois, esses mesmo políticos apareceram urinando nas ruas de Brasília. Mas eles eram monstros gigantes, com tremendos falos, aparecendo ao lado do congresso nacional. E seu mijo era um rio! Um imenso rio de urina! E todos, em minha volta, começaram a rir e a comentar: "Fazer o quê? Se eu estivesse lá, também roubava tudo e todos! E você?" Foi o que me perguntaram. Quando fiquei calado, se espantaram. E começaram a me inquirir: não vai mijar, não? Não vai dar propina, não? Não vai roubar, não?



E fiquei com medo! Gritei! Assustado, corri e todos correram atrás de mim. Homens, mulheres e crianças, que urinavam na rua, me olharam angustiados! Estavam todos atrás de mim. Corri como se fosse minha última esperança! E, no momento em que me encurralaram, graças a Deus, acordei. Todo suado, é claro, mas não havia urinado na cama.



Liguei a tv e vi os casos de escândalos de políticos. Vi uma reportagem sobre os males das pequenas infrações! E - eureka!, gritei - considerei o que tinha lido e o que tinha sonhado! Vi, como uma imagem profética, a pequena corrupção, aquela do dia-a-dia, e a grande corrupção, aquela das grandes mamatas! Vi o elo entre elas, entre a propina que damos para o guarda (para liberar a nossa barra) e a propina que o político pede dos grandes empreiteiros! Vi que o rio de urina, que começa pequeno, transforma-se no amazonas de excreções (não só de urinas!) e de corrupções que empesteia nosso país! As janelas estão todas quebradas, mais quebradas impossível!, e todos fazem o que querem aqui!



É preciso um grande político! Um grande líder que tenha tolerância-zero com a corrupção! Um Líder que ponha em prática a teoria das janelas quebradas! Um líder que não tenha medo, nem teto de vidro! Um líder que tenha a moral ilibada e que não tenha medo de nada!



Mas que digo eu? Já não temos um grande líder assim?!? Tomara que ele tenha tempo para limpar esse país de cabo a rabo!

sábado, 8 de agosto de 2009

Sátira como forma de Pensamento

Bem, as definições de sátira dos dicionários e enciclopédias (Wikipedia, sendo a principal fonte deste homem da internet) a caracterizam como sendo um gênero literário, podendo abranger outras formas de expressão, que, por meio do humor, da ironia, do exagero, do burlesco, critica os costumes, os vícios, as loucuras, os abusos, as hipocrisias, os cinismos e... - enfim, tudo o que o humano põe no mundo, quando está de boa vontade, não é mesmo? Essa é a definição, por assim dizer, já canonizada (pois está nos dicionários!!!). Eu gostaria, na minha humilíssima humildade, de dar a minha pequena contribuição.


A questão, aqui e agora, é como vejo que a sátira é uma forma de pensamento e, com isso, uma forma de entender o mundo.


Há filósofos, historiadores, físicos, cientistas sociais e muitos outros que pretendem entender alguma coisa desse caos a que chamamos realidade. Todos sérios demais, porém. Todos, vestindo terno e gravata, escrevendo artigos para revistas sisudas, aparecendo em entrevistas para telejornais entediantes! E todos com o mesmo tom! O discurso pode ser completamente diferente. Um sociólogo pode ser o inimigo mortal de outro sociólogo, mas o tom de seus discursos vai ser o mesmo. E por quê?


Porque o ser humano se leva a sério demais! Quer parecer o todo-importante, o ápice da evolução, a razão de ser do universo.


Mas o que é o ser humano para o universo? Nada? Ou a medida de todas as coisas, como já foi proferido?


Somos menos que poeira para o universo, mas tudo bem. Ainda somos importantes. Pelo menos para nós mesmos, não é? Se não formos importantes uns para os outros, seremos menos que humanos.


É só olhar à nossa volta para percebermos como a vida humana muito vale. Todos os dias me surpreendo com a capacidade do bicho homem de fazer mal ao bicho homem. É um espetáculo de crueldades e absurdos! É incrível o singular poder da maldade e da preguiça.


Da maldade, todos falam mal, é bem compreensível, pois, se não pudermos falar mal da maldade, de quê ou quem poderemos falar mal?


A preguiça, no entanto, é subestimada. Muitas crueldades ocorrem por pura omissão. E omissão por quê? Por preguiça! Mas isso é assunto para outro texto. Neste, reafirmo a valorização da sátira.


Pois é aqui que a reafirmo! A sátira é "importante" para desmascarar os falsos valores, os falsos ídolos e a falsa moral que os humanos mostram como se fossem verdades absolutas e não meras hipocrisias. Hipocrisias para ocultar os interesses e os vícios. Hipocrisia como única homenagem do vício à virtude.


Dessa forma, afirmo que os sátiros são aquelas pessoas que levam às últimas consequências os valores da humanidade. Pois um hipócrita vai sempre dizer que segue os melhores valores, que ninguém tem mais moral do que ele (isso lembra a fala de alguém?) e que os outros é que são canalhas e ladrões. Um hipócrita publicamente vai defender os valores que, no seu particular, escarnece. O sátiro vai se levantar contra isso. Vai se indignar, vai se revoltar e, em vez de ficar calado em sua casa, na segurança do anonimato, vai publicar os seus textos para os outros verem!


Grandes sátiros foram assim. E, usando os poderes da ironia e da paródia, ampliam e distorcem a realidade, pois a realidade já foi distorcida e estuprada pelos malfeitores!


Os malfeitores roubam, matam, estupram e, em seguida, na maior inocência, clamam honestidade e honradez. O sátiro, com seu dedo sujo, aponta essa discrepância absurda! Pois, para eles, o mundo não deveria ser assim. Deveria ser mais. E melhor!


Sim, os sátiros são pessoas que, normalmente, após idealizarem muito os seres humanos, se decepcionam e ruminam contra a própria raça seus venosos textos!


Esta é a verdade!


Assim, entender satiricamente o mundo é enxergar o mundo despido de todas as mentiras.


Se isso for possível sem enlouquecer...

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