sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Louco, eu? De forma alguma… ou o Experimento Pangloss–parte II

Doutor Pangloss gritava:

“Me tirem daqui! Eu não sou louco! Era tudo faz de conta, tudo parte de um experimento! Eu exijo que me tirem daqui, seus desgraçados!”, e doutor Pangloss bufava, babava, batia as mãos na cabeça, caía no chão.

“Vê-se bem que o doido não tá doido”, disse a enfermeira para o enfermeiro.

“A primeira coisa que eles dizem é que não são doidos”, disse o enfermeiro para a enfermeira.

“Mas eu não sou doido. Eu sou um respeitado pesquisador de psicologia. Eu sou o eminente doutor Pangloss!”

“O seu colega da esquerda pensa que é Napoleão Bonaparte'”, disse a enfermeira.

“O da direita ora diz que é Lula, ora que é FHC. Realmente um caso muito interessante”, disse o enfermeiro.

“Mas eu não sou louco! Eu não sou louco”, esbravejou com fúria doutor Pangloss, o que deixou Lula/FHC ou FHC/Lula e o pobre Napoleão nervosos e agitados. A enfermeira olhou para o enfermeiro e este percebeu que era hora de dar o mata-leão no pobre doutor Pangloss. Este ainda tentou contra-atacar, mas o enfermeiro o agarrou enquanto a enfermeira injetava na veia o doce tranquilizante. E doutor Pangloss caiu em um sono sem sonhos…

domingo, 25 de setembro de 2011

Louco, eu? De forma alguma… ou o Experimento Pangloss–parte I

Tratava-se de um experimento revolucionário em terras tupiniquins. Não que já não tivesse sido realizado em outros países, sobretudo nos ditos países de primeiro mundo, mas, para o Doutor Augusto Pangloss, esse experimento seria um divisor de águas na psicologia brasileira, tal como Moisés foi um divisor de águas na história da humanidade. Vá lá, leitor, talvez nosso doutor Pangloss estivesse um pouco entusiasmado com a experiência e, com isso, a considerasse em termos tão vastos e grandiloquentes, mas quem de nós pode julgar o valor de uma experiência antes mesmo que ela seja realizada? Quem de nós pode julgar despropositada uma experiência de um visionário? Quem de nós pode julgar a sanidade ou insanidade de um renomado cientista que, por vezes ou, aliás, quase sempre, é visto como louco pela sociedade? Não seria a própria sociedade que é louca e o cientista, filósofo ou artista, o único são? Mas isso são considerações que atrapalham o pensamento do cientista, segundo o doutor Pangloss. Temos que ser frios e objetivos, repetia o doutor.

sábado, 17 de setembro de 2011

Justiça: que sátira é possível?

Eu iria começar a série sobre experimentos ficcionais conforme alardeei no último post. No entanto, minha mão não consegue conter a indignação perante alguns fatos recentes de nossa justiça. Em outro post, A Justiça é boa… para os pobres criminosos (aliás, um dos posts mais visitados e nada comentados deste blog), eu afirmei que a justiça era muito boa para os pobres criminosos… Não, não tenho nada contra os bandidos a não ser o fato de eles quererem roubar, matar, estuprar, extorquir, fazer golpes, etc. Acho que eles devem ter os mesmos direitos que todos nós, desde que saibam que, se pegos, deveriam ir para cadeia! Eu só acho que, aqui, são os criminosos que têm direito, sobretudo os criminosos que podem pagar um bom advogado. Para o cidadão comum, pagador de impostos e de promessas, injuriado com os casos de corrupção e de continuísmo, aflito em relação ao aumento da inflação e do preço do pão, temeroso de encontrar uma bala perdida ou um bueiro em chamas, para este cidadão comum, a justiça não funciona. Ou, quando funciona, já é tarde demais! Tarda e falha! O cidadão comum que sofre uma violência, que vê algum familiar morto, que vê sua honra e de sua família agredida, bem esse cidadão deve se fiar que a justiça irá fazer Justiça. E o que ele vê? Quanto ele espera? Por quantos anos o “suspeito” (pois, se chamarmos o cara de culpado antes do trânsito em julgado podemos ser processados por calúnia e difamação e, nesse caso, a justiça é rápida e certeira…) vive, dorme na mesma cama, goza a vida? E depois o culpado consegue redução de pena, sai da cadeia e vive sua vida – e ainda, meus amigos, pode processar você se você ousar chamá-lo de culpado!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Humanidade: exercício de futilidades…

A humanidade é o ápice da criação, certo? Somos os seres mais evoluídos de que temos conhecimento e Deus nos fez à sua imagem e semelhança, não é mesmo?

Bem, vai lá estudar um pouco o comportamento humano. E também história, caro leitor.

Claro, claro, não estou acusando você, leitor, de ser um arrematado canalha. Lembra-se de Hamlet? Somos todos arrematados canalhas? Ah, não leu Hamlet? Viu o filme do Mel Gibson? Tudo bem…

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Marcha em Prol da Corrupção

O Deputado Tomás Armando Mutretas está de volta e com outra polêmica proposta. Tendo em vista os recentes ataques a seu corrupto portfólio, o venerável deputado quer fazer uma Marcha em Prol da Corrupção.

“Vocês vejam bem”, argumenta o deputado, “que a corrupção é o estado natural do homem. Ele não foi expulso do paraíso? Ele não comeu a Eva… digo, o fruto proibido? Pois então! Temos que deixar de ser hipócritas e assumir de vez o nosso lado corrupto! O progresso e a ordem vão agradecer!”

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