quarta-feira, 30 de junho de 2010

Copa do Mundo: Grandes e Pequenas Ilusões

(Atenção! Se você procura um post em que se esculache a seleção brasileira e o técnico Dunga, vá procurar em outro lugar. Não os defendo e nem os acuso. Este post foi escrito antes da derrota brasileira e possui um intuito, digamos, “filosófico”)
Há pouco tempo, escrevi um post sobre a Copa do Mundo, intitulado A Copa do Mundo ou a Grande Preparação, no qual eu, em breves linhas, defendia que a copa do mundo de futebol ou, se você for um leitor norte-americano, de soccer ou qualquer outro grande evento esportivo serve para um escape de nossas tendências bélicas e, ao mesmo tempo, para uma preparação para guerra. Se quiser ler essa pérola, vá lá, leitor.
Só o cito demoradamente, porque, em determinado momento do post, eu, em minha auto-ilusão, afirmei que ganhar ou perder a copa do mundo pouco ou quase nada significaria em nossa mínima vida cotidiana. Em meu argumento, ganhar a copa significa muito para os jogadores, a comissão técnica e seus patrocinadores. Mas um amigo, que não gosta muito de internet e que leu meu texto depois de muita insistência minha, comentou essa passagem do seguinte modo:
"Não interessa se a vitória ou a derrota realmente significa pouco para nós, torcedores. Significa muito, pois acreditamos que significa muito. É uma ilusão, mas as ilusões são reais para quem acredita nelas."

Eleições: O Festival da Democracia ou Quando a Cara de Pau é Pouca...

Sabemos, desde os primórdios da democracia moderna, que esse negócio de eleições iria nos perseguir o resto de nossa precária existência. A cada dois anos, uma nova campanha. A cada dois anos, o mesmo martírio, as mesmas cenas, as mesmas mentiras. A cada dois anos, caras velhas e novas, joviais e arrogantes, ou humildes e tristes. A cada dois anos, nós temos o espetáculo da democracia, a incrível peça de teatro do estado de direito.

Para uns, é uma comédia. Para outros ou para a maioria, uma tremenda tragédia.

Mas por que estou reclamando das eleições? Não são elas a Festa da Democracia? Não são elas o coroamento de nosso sistema político? Não são a melhor maneira de se governar no mundo?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Comentário sobre Posts de Futebol

Meus queridos,
Posso afirmar que há temas e temas.
Dos temas deste blog, pouco ou quase nada há sobre esporte, senão uma irreverente e desproporcional tentativa de consideração filosófica. (O que muito pode dizer de minhas afenidades eletivas!)
Claro que quem cliqua no link ou faz uma busca no google (quem aí ainda usa o yahoo ou começou a usar o bing?), procurando na internet sobre sátiras de futebol ou copa do mundo, nada quer saber de coisas filosóficas!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Justiça é boa... para os pobres criminosos


Vivemos em um Estado Democrático de Direito e, sob a égide da justiça, sob o seu escudo protetor, deveríamos viver a nossa minúscula vida de cada dia. Deveríamos ter a consciência de nossos direitos e deveres, deveríamos respeitar as leis, deveríamos viver em harmonia e paz com os nossos semelhantes (e, com isso, não haveria necessidade das leis e de legisladores), deveríamos viver nossa minúscula vida de cada dia sem estresse e sem temor. Sem o medo constante de ser esmagado por outro ser humano. Mas, ai de nós!, a nossa pobre condição humana está cercada de perigos e monstros por todos os lados, sendo o maior monstro o próprio homem (e mulher também, preste atenção!, não sou machista!). Sim, eu sei que há perigos que não são humanos, como terremotos, maremotos, raios, aquecimento global (espera, mas esse não fomos nós que criamos?...) e a fúria dos deuses. Contra esses males, pouco ou nada podemos. Mas o mais insidioso mal, aquele que merece o nome de mal, é o mal do próprio ser humano. E, contra esse mal, o homem sempre se dirigiu à Justiça.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Post curto sobre posts longos

Há uma lei ou uma norma ou um costume (sei lá em qual categoria que se inclui o que aqui vou dizer) que afirma ser de bom tom posts curtos no mundo da internet.
A razão é simples: com milhões de sites no mundo virtual, trilhões de posts, conteúdo que conseguiria encher duas bocas de Pantagruel (conteúdo não no sentido qualitativo, mas só quantitativo...), o melhor é escrever posts curtos para os mimados leitores da internet.
Leitores? Bem, há controvérsias.

domingo, 13 de junho de 2010

Copa do Mundo ou a Grande Preparação

Meus caros colegas,

Sou um daqueles que normalmente vivem como normalmente todos vivem.
Reclamo dos impostos, reclamo do trânsito, reclamo do trabalho, mas, depois de tanto reclamar, admiro as coisas boas da vida. Sei que, nesse quesito, as coisas boas da vida, não há também nenhum consenso, pois, como no já batido mas não menos verdadeiro lugar-comum, o que pode ser bom para mim pode ser de péssimo gosto para você, e essas diferenças de gosto, de preferências, de escolhas não só ocorrem em casos de radicais diferenças sócio-culturais ou econômicas, mas principalmente - e aqui o que há de inexplicável - ocorrem também na mesma casa, entre irmãos, entre pessoas do mesmo nível sócio-econômico, com o mesmo tipo de formação, entre vizinhos. Ou melhor, entre aqueles que, por diversos motivos, se consideram próximos. A esse fenômeno, podemos chamar as diversas ordens de valores, que convivem dentro da mesma sociedade, mas sobretudo dentro da mesma alma. Sobre esse tópico, gosto muito da frase de Weber: "No teor das convicções mais profundas de cada pessoa, uma dessas éticas assumirá as feições do diabo, a outra as feições divinas e cada indivíduo terá de decidir, segundo sua própria ótica, o que, para ele, é deus e o que é diabo" (em "A ciência como vocação"). Ou, resumindo, o diabo de um é o deus do outro, e vice-versa. Ou cada cabeça, uma sentença.
Mas por que começo esse tópico Copa do Mundo com esse aparte pseudo-filosófico?
Por que não começo esse post com a celebração deste grande evento mundial?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Crescimento Econômico é o Nirvana...

Sim, o crescimento econômico é o nirvana, a justificativa última, o paraíso, o sétimo céu, o santo grau dos políticos e economistas!
Com o crescimento, tudo é perdoado; todos os erros, esquecidos; todos os pecados, absolvidos; toda a sujeira, varrida para debaixo do tapete.
Com crescimento econômico, até ditadura se mantém firme e forte (dá-lhe, China!).
Não, não estou querendo estragar a festa de ninguém. Números do PIB devem ser comemorados, quando vêm positivamente. Não estou querendo ser pessimista, aquele que "torce contra".

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Volta do Macaco Tião e O Buraco da Deepwater Horizon

Meus nobres humanos,

Chamo nobres por simples e puro respeito, já que eu, como macaco, sou um sujeito respeitador e de bons costumes, muito embora eu tenha jogado em vocês minha urina e minhas fezes misturadas à lama de minha jaula. Fiz isso simplesmente para divertir vocês, pois, quanto mais eu jogava, mais vocês riam.
Informo que estou de volta.
Fiquei muito tempo calado aqui no limbo dos primatas.
Enquanto vocês destroem este planeta, enquanto vocês poluem cada vez mais esta rocha chamada Terra, enquanto vocês consumem tudo em nome de seu progresso econômico.
Sim, eu venho denunciar a nefanda destruição que vocês, humanos seres, estão concretizando neste terceiro planeta do sistema solar.
Não adianta vocês me afirmarem que precisam do crescimento econômico para manterem seus empregos, para manterem seu nível de vida, para manterem as inumeráveis futilidades de sua vida!
Sim, a vida de vocês, humanos, é fútil.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Bullying: o caso de Bobo

Meu nome é Bobo. Já me apresentei a vocês aqui. Não é bem meu nome, mas um apelido, pois todo mundo me chamava de bobo e ninguém que eu conheça me chama pelo nome de batismo, nem mesmo minha pobre mãe. Acho que já falei isso pra vocês, mas não me lembro muito bem, porque sou Bobo, o bobo.
Hoje, meu amigo, o autor satírico deste blog, me pediu para falar de bullying. Eu perguntei o que? Disse que não sabia falar inglês, nem francês, pois não saía nada da minha boca que não fossem as palavras que sempre falo. Ele falou que eu falo português, mas, dando com os ombros, respondi que nunca vi nenhum português a não ser o seu Joaquim da padaria, mas o seu Joaquim já faleceu e, se eu o vir de novo, vou correr muito, pois tenho medo de alma penada.
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