O que faríamos nós, autores satíricos, se não fosse a Política? Ou, melhor, se não fossem nossos amigos políticos? Muito menos do que fazemos hoje. Talvez estivéssemos até mesmo desempregados.Talvez conseguíssemos fazer sátira dos costumes, dos economistas, dos advogados (sempre perigoso, pois gostam de nos processar tanto quanto os políticos…) e de outros assuntos menos empolgantes.
Mas por que a política é tão empolgante? Por que apontamos sempre o erro dos políticos, se são como nós seres humanos frágeis e falíveis? Não sei, leitor, mas talvez seja porque eles escolheram – ou o povo os escolheu – para ir para a grande arena do mundo decidir o que é ou não melhor para nós. Enfim, eles, quer por nascimento ou por escolha individual, mostraram ânimo para entrar na dita vida pública. E não se engane, leitor, mas, desde o começo da democracia, quando a coisa pública era privativa dos cidadãos gregos (os outros, como mulheres e estrangeiros, não tinham lá muito espaço…), vivíamos (nós enquanto seres humanos) querendo que os políticos resolvessem todos os nossos problemas. Sim, eles seriam os nossos salvadores. Os salvadores da pátria. Mas, ai de nós!, eles conseguiam, sim, era arrumar mais trapalhadas. Tudo bem, dizíamos. Resolva esse problema que você mesmo inventou ou colocamos outro aí para resolvê-lo. Aí é que era guerra mesmo!