sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Sátira pela Sátira



O grande escritor satírico – que nem de perto eu sou! –, ao denunciar as injustiças, acusar os culpados e rir das hipocrisias, tem a pretensão de poder mudar o mundo.
Todo escritor satírico se alimenta das injustiças, dos absurdos, das hipocrisias, denunciando-os por meio da hipérbole, do humor e, até mesmo, do absurdo. E o coração do escritor satírico está cheio de justiça. De justiça e de raiva, claro. Por que ele sairia por aí escrevendo contra outros, contra comportamentos, se não estivesse cheio de fel no coração, tão cheio que chega a vazar para outras tripas? E a ilusão de que a sátira, por mostrar comportamentos tão abusivamente hipócritas, por elevar ao máximo algumas das ideias mais estupidamente estapafúrdias, possa despertar nos opressores remorso e nos oprimidos revolta, para que a mudança, em algum momento, seja factível. Sim, o autor satírico, mesmo aquele que já está além da esperança, ainda nutre uma faísca de ilusão, de miragem, de logro que sua verve, sua retórica, suas imagens possam comover os imbecis e antas de que o mundo poderia ser outro, que o mundo poderia ser flores para todos os lados, que o mundo poderia ser paz e amor, todo mundo cantando, de braços dados, de sorriso aberto...
Mas não! Não será!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Pastor Marcos Feliciano para Presidente do Brasil, uma sátira

(Este texto é uma sátira. O autor dele não concorda com nenhuma das ideias abaixo expostas. Nem também acredita que o Pastor Marcos Feliciano seja tão radical assim... O autor deste texto apenas imaginou o que um fanático cristão, sem papas na língua, falaria sobre esse assunto.)
Pastor Marcos Feliciano está sendo implacavelmente perseguido. Perseguido, acusado, difamado, maltratado, deturpado, satanizado! E vocês já pararam para se perguntar o porquê disso tudo? O Inimigo está no meio de nós. O Inimigo avançou bastante nestes últimos anos. Parada Gay, união civil entre pessoas do mesmo sexo, promiscuidade, corrupção, pedofilia, drogas, assassinatos, patricídios, matricídios... E tem gente que diz que o Cão não existe!
Estamos caminhando para uma verdadeira Sodoma e Gomorra. Vocês acham que Jeová terá mais piedade por nós do que teve por essas cidades? Você acha que Ele não está preparando o fogo e o enxofre para cair em nossa terra? Você acha que Ele não será tão implacável quanto foi naquela ocasião?
Mas Ele teve piedade de nós!
Ele nos mandou o pastor Marcos Feliciano.
Ou o abraçamos e lutamos ao seu lado contra as iniquidades e deturpações deste mundo, ou Jeová mandará seus anjos vingadores para destruir e matar a todos nós!
Pastor Marcos Feliciano é o ungido de Deus, o enviado para acabar com essa orgia satânica!
Por isso, ele não deve apenas continuar na presidência da Comissão de Direitos Humanos, mas também ele deve se candidatar às próximas eleições e, com a benção de Deus, se tornar presidente do Brasil!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Cura Macho: Uma Contraproposta à Cura Gay




Parece que, na calada da noite, o pastor/deputado federal/presidente da Comissão de Direitos Humanos, o excelentíssimo Marcos Feliciano, introduziu (no bom sentido!) o tema da Cura Gay na pauta da comissão. Antes eu considerava o nome, Cura Gay, um nome positivo, pois me remetia à ideia – errada, como veremos – de que algum problema – chatice, tédio ou excesso de testosterona – tinha uma cura “gay”, isto é, tinha um olhar diferente do olhar macho-dominador. Me lembrei logo daquele programa Queer Eye for the Straight Guy (Um olhar gay para o cara hétero, ou algo do tipo), no qual um grupo de homossexuais ajudava um irmão hétero a ser mais aberto, sensível e da moda.
Depois, com a leitura repetida da internet para derrubar a minha ignorância, percebi que a cura gay não era uma cura “gay”, mas sim uma cura dos gays para voltarem à normalidade, que, segundo esse pensamento, é a heterossexualidade. Bem, a cura gay, assim entendida, pressupõe que a homossexualidade, transexualidade, bissexualidade são desvios do normal. Do correto. Do direito. Da lei divina.
Web Analytics