Parece que, na calada
da noite, o pastor/deputado federal/presidente da Comissão de
Direitos Humanos, o excelentíssimo Marcos Feliciano, introduziu (no
bom sentido!) o tema da Cura Gay na pauta da comissão. Antes eu
considerava o nome, Cura Gay, um nome positivo, pois me remetia à
ideia – errada, como veremos – de que algum problema – chatice,
tédio ou excesso de testosterona – tinha uma cura “gay”, isto
é, tinha um olhar diferente do olhar macho-dominador. Me lembrei
logo daquele programa Queer Eye for the Straight Guy (Um
olhar gay para o cara hétero, ou algo do tipo), no qual um grupo de
homossexuais ajudava um irmão hétero a ser mais aberto, sensível e da moda.
Depois,
com a leitura repetida da internet para derrubar a minha ignorância,
percebi que a cura gay não era uma cura “gay”, mas sim uma cura
dos gays para voltarem à normalidade, que, segundo esse pensamento,
é a heterossexualidade. Bem, a cura gay, assim entendida, pressupõe
que a homossexualidade, transexualidade, bissexualidade são desvios
do normal. Do correto. Do direito. Da lei divina.
Pois
bem! E o pastor/deputado federal/presidente de Comissão de Direitos
Humanos reincluiu na pauta essa tal cura gay. Não quero levantar nenhuma
polêmica, pois considero que o pastor/deputado federal tem todo o
direito de pensar o que quiser e, creio eu, ele está agindo – como
sempre agiu até agora – da mais boa-fé (o cara não é pastor?
Ele deve entender lá de fé...). O pastor/deputado federal Marcos
Feliciano deve crer, de bom grado, que a cura gay é um caso de
extrema importância para os direitos humanos. Ora, se uma parcela da
população considera que a heterossexualidade é a única opção e
que a homossexualidade/transexualidade/bissexualidade e outros são
uma doença ou o caminho para a danação, a despeito da evidência
científica, como poderemos deixar essa minoria sem o direito de
tentar uma cura gay? Pastor Marcos Feliciano está certo! Isso é um
problema urgente. Imagine o pai ignorante e bruto que, ao ver o seu
filho se tornar um homossexual, não tem nenhuma opção? Ou aquele rapaz que, ao se ver escorraçado pela família por ser homossexual, cometeu suicídio? Ainda bem
que o pastor/deputado federal/presidente de Comissão de Direitos
Humanos está lá para proteger os direitos dos homofóbicos, digo, dessas pessoas desesperadas.
No
entanto, creio que ele pecou ao não dar o mesmo direito àqueles que
consideram o contrário. Afinal, vivemos numa democracia. Viva a diferença! Devemos
respeitar a pluralidade de ideias e concepções de mundo. Devemos
lutar para que os idiotas tenham o direito de dizer suas idiotices. Isso
quer dizer, meu amigo e amiga leitores, que você vai ouvir
besteiras, sim. Não quer ouvir besteiras? Vai para uma ditadura!
O
que eu proponho é que seja colocado em pauta também uma Cura Macho,
ou melhor, uma Cura Hétero, para os mais suscetíveis... Creio que
essa proposta deva ajudar àqueles que se viram heterossexuais e, por
dúvidas constantes de sua masculinidade ou feminilidade, querem se
“curar” e se tornar homossexuais, bissexuais ou transexuais!
Meus
amigos e amigas, pensem naqueles que não têm condição, que vivem
sob vergonha constante, que se veem discriminados na sociedade por sua heteressexualidade.
Pensem no cara que é macho, mas que tem vergonha de sua macheza.
Pense no cara que acha que David Beckham, Bono Vox e Cristiano
Ronaldo são uns caras um tanto que cuidadosos demais com a
aparência... Pense no cara que quer se libertar de sua condição de
macho metido à besta, bebedor de cerveja, comentador prolífico de
futebol e assediador de mulheres! Esse cara sofre demais! Temos que ajudá-lo!
Para
isso, teremos a Cura Macho.
Um
Queer Eye for the Straight Guy intensivo
para esses machões! Uma laranja mecânica neles. Não para eles se
tornarem homossexuais assumidos ou nada disso, mas, pelo menos, para
eles se “liberarem” um pouquinho mais. Um pouquinho de arco-íris
na vida deles!
Claro
que somente submeteremos aqueles que mostrem interesse de se
transformar. Ninguém vai forçar ninguém a nada! Podem ficar
tranquilos os machos não muito seguros de sua masculinidade!
Com
a Cura Macho, acredito que contrabalançaremos a Cura Gay.
Mas
estou aberto a críticas.
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