sábado, 22 de agosto de 2009

A (in)decisão de Mercadante ou Sobre a Coerência Política

Não podeira deixar de passar em branco a atitude do senador-mais-votado-do-Brasil Aloizio Mercadante.


Apesar do nome ser de Mercadante, nunca vi ninguém acusar Mercadante de usar seus votos no mercado politiqueiro, sobretudo no mercado informal (praga de nossa cultura de cumpadrismo).


E Mercadante sempre foi um nome forte de nossa política brasileira.


Por isso, eu digo que Mercadante é o exemplo último da coerência política e, em particular, da política brasileira.


Um dia ele afirma: Vou sair em caráter irrevogável.


No dia seguinte, completa: não vou sair!


Pode parecer que outros políticos tenham mais coerência do que o Mercadante.


Sim, houve em nossa história, e em nossa história recentíssima, políticos que nos honraram com doses cavalares de coerência política.


Mas, que eu me lembre, ainda que minha memória seja de peixe, nenhum político conseguiu ser tão coerente em menos de vinte e quatro horas.


De irrevogável para revogável, bastou um papo.


Então, parabéns para Mercadante, o político mais coerente do Brasil. Os seus eleitores também deveriam ter o mesmo tipo de coerência.


Aliás, para quem não percebeu e parafraseando Pascal, a coerência política possui razões que a própria razão desconhece.

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