"Sou livre de qualquer preconceito. Odeio todo mundo, indistintamente".
W. C. Fields
(1880-1946)
Tá certo! Peguei pesado. Esse negócio de odiar é muito pessoal, muito íntimo para a gente odiar todo mundo indistintamente. Amor e ódio, assim, seria o verso e reverso de uma mesma e doentia relação? Fui muito filosófico agora? Esquece o que eu disse. Odiar a todos seria, de uma forma louca, como amar a todos. E só uma pessoa muito grandiosa seria capaz disso. E estamos diante de uma pessoa grandiosa? O comediante norte-americano W. C. Fields disse poucas e boas. Com intuito de fazer rir, gritou algumas verdades. Teve liberdade de falar. Liberdade essa só conseguida por ser o clown, o palhaço, o comediante, aquele que faz todos rir mesmo quando ferozmente critica a todos. Ou exatamente por isso. É tudo brincadeira, faz-de-conta, gargalha o clown no final. E o povo - não apenas o povo, mas sobretudo o não-povo, a elite - acredita.
W. C. Fields era feio. Sua própria cara já era objeto de riso e de escárnio. Por isso, tornou-se um de suas melhores ferramentas de trabalho. Muitas vezes, não precisava dizer nada, só olhar estático com aquela cara de velho rabugento bastava para o povo dar suas gargalhadas. E Fields brincava com todos os estereótipos possíveis. Era do tipo agressivo de comediante, do comediante que agarra o homem comum e grita: "Você é um idiota, mas tudo bem! Eu sou um idiota também. Somos todos idiotas!"
Alguém já falou que comediantes não são as pessoas mais felizes do mundo. E W. C. Fields foi a encarnação do humorista misantropo e do politicamente incorreto (creio eu que, em sua época, o politicamente correto ainda tinha o nome politicamente incorreto de hipocrisia).
Com essa frase, deixo a comprovação para vocês.
Mais esse comentário da frase da semana já se alongou demais...
(Fonte da frase: Mau humor - Uma antologia definitiva de frases venenosas, de Ruy Castro)
W. C. Fields era feio. Sua própria cara já era objeto de riso e de escárnio. Por isso, tornou-se um de suas melhores ferramentas de trabalho. Muitas vezes, não precisava dizer nada, só olhar estático com aquela cara de velho rabugento bastava para o povo dar suas gargalhadas. E Fields brincava com todos os estereótipos possíveis. Era do tipo agressivo de comediante, do comediante que agarra o homem comum e grita: "Você é um idiota, mas tudo bem! Eu sou um idiota também. Somos todos idiotas!"
Alguém já falou que comediantes não são as pessoas mais felizes do mundo. E W. C. Fields foi a encarnação do humorista misantropo e do politicamente incorreto (creio eu que, em sua época, o politicamente correto ainda tinha o nome politicamente incorreto de hipocrisia).
Com essa frase, deixo a comprovação para vocês.
Mais esse comentário da frase da semana já se alongou demais...
(Fonte da frase: Mau humor - Uma antologia definitiva de frases venenosas, de Ruy Castro)
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