quinta-feira, 20 de maio de 2010

Anistia ampla, geral e irrestrita para... os Corruptos

 Vocês devem estar achando que este presente e humilde autor ensandeceu de vez? Como propor uma anistia para os corruptos e, além disso, uma anistia ampla, geral e irrestrita para os seus crimes, exatamente no momento em que se busca moralizar os políticos? Especialmente, com o projeto da Ficha Limpa?
Sim, pode parecer paradoxal, mas se minha proposta tem um lado muito complacente, os seus efeitos serão, por todos, considerados mais benéficos que maléficos.
Minha proposta é a seguinte: todos os políticos que atualmente detenham cargo eletivo, ou que o detiveram nos últimos cinco anos, devem confessar todos os seus crimes e contravenções, em público, para terem seus crimes e contravenções totalmente perdoados. Devem, no entanto, expor tudo: todos os esquemas, todas as falcatruas, todos os cambalachos, todos os desvios de verbas, todos os mensalões, tudo! Se não confessarem, ficarão sob a mira do Procurador-Mor, cuja função será descrita mais adiante.

Imaginem, meus caros colegas, como seria esse grande exercício confessional. Imaginem os políticos clamando, em alto e bom som, todas as suas peripécias, todas as suas extravagâncias, todas as suas mamatas. Imaginem eles gritando o que hoje é apenas sussurrado, apenas escondido, apenas negado. Teremos um verdadeiro espetáculo da honestidade e da verdade.
Essa confissão não terá um mero interesse histórico (pois como um historiador saberá o nível de complexidade e inteligência com que nossos corruptos agiram?...), mas também um interesse prático. Conhecendo as práticas escusas, melhor nosso Procurador-Mor e seus subordinados poderão agir.
Depois disso, será instituído o cargo de Procurador-Mor que terá poder de caçar (não cassar, vejam bem!), perseguir, matar e empalhar todos aqueles políticos que reincidirem em crimes e contravenções depois da anistia ampla, geral e irrestrita. Ou que não os tenham devidamente confessado. O Procurador-Mor será como um poder paralelo (lembram da novela?) que terá acesso amplo, geral e irrestrito a todos os dados, telefonemas, contas bancárias, etc. de todos os cidadãos.
O Procurador-Mor deve ser um sujeito bem equilibrado, deve ser paranoico e um pouco psicopata também para poder realmente gostar de seu ofício.
Vocês podem desconfiar dessa quantidade de poder nas mãos de um único homem, mas, desde já, declaro que não haverá problemas nem mau uso desse imenso poder, pois me candidato a esse cargo e, com certeza, o exercerei com total isenção e parcimônia. Só perseguirei e eliminarei os meus inimigos. Digo, os inimigos da Nação. (Mas eles não são os mesmos?)

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