domingo, 16 de setembro de 2012

Reforma Política (de novo!!!)

Meus queridos leitores,

Já tratei desse assunto diversas vezes (dá uma googada aí) e todas as vezes minhas propostas são amplamente debatidas e comentadas na sociedade (risos!), mas, como todas as propostas realmente inovadoras, são corrompidas e mal-interpretadas (vão rir de novo?).
Pois bem. Agora eu tenho um conjunto de regras que será definitivo. Depois disso, quem quiser ser político realmente está interessado na coisa pública pela coisa pública (e não para aumentar a sua coisa privada...).
Vocês verão!
E, se eu for eleito, vocês podem ficar tranquilos que implementarei essa reforma de imediato.
Minhas propostas:


1) Político tem que ganhar salário mínimo

Você já viu que os políticos têm um gordo salário e, além disso, um monte de mordomias. Os eleitos, claro. Os deputados e vereadores têm também verbas a torto e a direito. Para mim, isso tudo tem que acabar. Os políticos têm que ganhar salário mínimo. Pronto. Só.
Mas como os políticos vão trabalhar?
Da mesma maneira que os outros trabalhadores.
E não adianta inventar um salário mínimo para eles e outro para o povão. Não. Isso será proibido, claro.
Salário mínimo pra eles!
Mas poderiam vocês argumentar: mas isso vai favorecer os ricos. Somente os ricos poderão ser políticos!
Ah, eu já tinha previsto isso, meus caros leitores. Por isso, aí vai minha segunda proposta.

2) Político rico, não importando a origem de suas riquezas, terá todos os seus bens interditados e viverá com um salário mínimo durante sua candidatura

Bem. Além disso, todos os bens dele serão utilizados publicamente pelo povo. Serão administrados por um fundo público, sobre o qual o político não terá nenhum controle. O dinheiro que, porventura, o político tiver acumulado, será automaticamente investido na poupança sem direito a retiradas enquanto o político for candidato ou eleito.
Dessa forma, todos os políticos serão iguais. Todos eles irão morar em casas populares e andarão de busão.
E, na verdade, o rico perderá dinheiro!
Mas, podem argumentar de novo, o problema principal da corrupção não está nos altos salários e regalias, mas, sim, nos contratos públicos.
Isso me leva ao próximo item.

3) Qualquer político que for flagrado corrompendo ou sendo corrompido será sumariamente julgado e condenado a... fuzilamento!

Não preciso comentar muito isso, não é mesmo?
Haverá uma Controladoria Geral dos Políticos, independente e soberana, responsável por julgamento sumaríssimo e irrecorrível de todos os políticos.
Ainda detalharei como esse órgão funcionará... Se eu tiver saco, é claro.

4) Todo parente, amigo, colega ou mero conhecido do político eleito ficará terminantemente proibido de exercer qualquer cargo público ou de participar de qualquer empresa pública, ou ainda de participar de qualquer processo licitatório e de todo e qualquer tipo de maracutaia!

Com isso, acabaremos com aquela maracutaia providencial. O político se elege e seus amigos ganham todas as licitações. Ou seus filhos...
Mas deixo claro que basta ser um mero conhecido do político para isso ocorrer... Devemos ser duros e não pode haver nenhum vínculo possível entre o político e o empreiteiro ou o que valha.

5) Todo político deve colocar um nariz de palhaço e sair às ruas afirmando ser um e deixar as pessoas zoarem a sua figura e destruírem sua honra, imagem e decoro

A população respeita muito os políticos. Na verdade, os teme. Devemos dessacralizar essa concepção. O político deve ter seu dia de Judas e ser malhado. Por muitos séculos, eles foram os figurões. Em nossa sociedade moderna, não! De forma alguma. Eles vão ser malhados, sim. Dessacralizados.
(Claro que as associações de palhaços podem rejeitar esse título e querer me processar...)

6) Todo e qualquer político será obrigado a trabalhos forçados por um período igual ou superior ao do período no cargo eletivo

Sim. Vai pra roça trabalhar! Não tem papo não! Não tem conversa não. É pegar a enxada e trabalhar no sol quente!
E, se o povo não gostar, vai pagar em dobro!

7) Todos os políticos serão considerados culpados até que se prove o contrário

O ônus da prova será invertido. O político é culpado. Assumimos de antemão que ele é culpado. E ele tem que provar que é inocente. Ele terá que provar sua inocência. E, para esse fim, não poderá contratar nenhum advogado famoso ou figurão. Um advogado público será indicado. O pior deles.

E boa sorte para nosso querido político...

Todas essas medidas têm um propósito: tornar a vida do político um inferno.
Quem quiser se tornar um político, não terá vantagem alguma.
Terá que sofrer! Terá que pagar um preço.
Tornando esse trabalho um verdadeiro sacrifício, um verdadeiro inferno, somente aqueles que nasceram para esse ofício ( o de mexer com a coisa pública, o de tentar melhorar essa joça toda) é que realmente enfrentarão esse martírio.
Os outros encontrarão outro modo de lucrar.

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