sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O candidato fala a verdade para o povo!

O candidato à reeleição da cidade de N. em Tupiniquim, Tomás Armando Mutretas, fez um discurso inflamado, pondo todos os pingos nos is!
Sem mais delongas, vamos ao discurso desse curioso candidato:

"Todo mundo gosta de dizer: em meu governo. Todo mundo diz assim: 'Em meu governo, não vai ter isso', 'em meu governo, vou fazer aquilo'. Se vocês ainda não perceberam, isso tudo são balelas. Contos de fada. Nós, políticos, gostamos de nos fazer de importantes, mas, na verdade, somos somente peões do capital. Por isso, eu digo: no meu governo, eu garanto que vou servir aos interesses dos mais poderosos, dos mais ricos, dos donos do transporte público e das grandes empresas. Essa é verdade. Nua e crua. Mas vocês, meus caros eleitores, não gostam da verdade dita nua e crua, mas, sim, de uma mentira bem vestida e cozida. Nós, políticos, vivemos dessas mentiras, somos pagos por essas mentiras, queremos essas mentiras. Claro que há uns e outros que não percebem isso, que dizem a verdade, como eu!
"Pois aqui vai outra verdade: no meu governo, eu vou fazer de tudo para roubar bastante, para ficar rico. Pois quem sabe o dia de amanhã? Se eu for eleito, eu tenho que garantir o meu, em primeiro lugar. Tenho que garantir o futuro de meus filhos, que também serão políticos, que também tentarão resolver a vida na política.
"No meu governo, vou empregar todo mundo que foi meu amigo, que me elegeu, que era meu aliado. Não quero saber dessa história de competência técnica. O cara que é competente vai trabalhar na iniciativa privada. Eu quero aqui gente de confiança. Da minha confiança! Para a gente poder arregaçar! Arrebentar a boca do balão! Pois, se for alguém competente, vai querer fazer essa joça funcionar e eu não quero que ela funcione. Quero que a joça vá pro brejo! E eu culpo o cara que veio antes! É fácil! Já foi feito antes. E vocês caíram feito patinhos.
"Aliás, vocês sempre caem!
"No meu governo, eu vou inventar algum programa social assistencialista. Quero dizer, eu vou dar esmolas para vocês. Isso. O nome vai ser Bolsa-Esmola. Eu dou uns trocados para vocês e vocês vão achar que estão se dando bem! Vocês vão dizer: que homem bão! E vão votar em mim. De novo! Isso mesmo, se vocês não perceberam, eu estou chamando vocês de panacas!
"Seus panacas!
"Mas vocês votam em mim, porque acham que eu faço obras. Pois vou dizer: eu abri todos os buracos que pude nesta cidade. Todos! Esperei o último momento para poder fazer isso, mandei os empreiteiros enrolarem bastante para as obras continuarem até agora, no momento das eleições. E para quê? Para eu poder dizer isso: se não me elegerem, os buracos vão ficar todos abertos! Todos! O meu oponente não sabe fazer nada! Vai ficar perdido por seis meses até descobrir como é que as coisas funcionam!
"E aí? Vocês vão votar nele? Claro que não.
"Por quê? Porque vocês comem aqui na minha mão!
"Por isso, parei de fazer campanha. Campanha é coisa de otário. Eu não sou otário.
"Somente o meu jingle vai ficar tocando em todos os lugares. Esse jingle é foda! Ele entra na cabeça, na mente e não sai mais.
"Votem em mim! Podem votar! A vida continua! Os políticos sempre serão mais espertos que vocês, seus trouxas!
"Seus trouxas!"

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