domingo, 15 de abril de 2012

Proposta para acabar com a Corrupção no Congresso Nacional

Os últimos acontecimentos têm nos deixado estarrecidos. Mais um caso de corrupção no Congresso Nacional! A relação de Carlinhos Cachoeira com políticos está sendo um tsunami no meio político. Aparentemente (e devemos tomar cuidado com o que dizemos, pois Carlinhos Cachoeira tem um excelente batalhão de advogados...), Cachoeira corrompeu a torto e a direito, a tudo e a todos, políticos do DEM, do PSDB e do PT. Mas o que é isso?! Os corruptos não obedecem a nada, nem, ao menos, à filiação partidária. Eles corrompem quem estiver pela frente, ou melhor, quem estiver, de preferência, no poder. Só respondem a um deus, ao deus do Dinheiro, e corromperiam até a mãe se a mãe estivesse no cargo de prestígio.

O último caso nos deixou estarrecidos, mas também indiferentes. Estamos enojados, mas – e pior – acostumados! Sentimos o fedor, o fedor nos incomoda, mas não lembramos mais quando o ar era límpido. É difícil admitir mas não acreditamos mais em políticos honestos!

Quantos já tivemos nos últimos anos? Dezenas? Quantos estão ainda para serem descobertos? Só soubemos do mensalão, porque houve briga interna. Só soubemos do caso Collor, porque houve briga na família. Enfim, podemos suspeitar que esses casos todos constituem apenas a ponta do iceberg! Podemos suspeitar que o poder público contaminou-se pelo vírus da corrupção.

E quantos casos são realmente resolvidos? Quantos políticos estão na cadeia por seu crime? O pior é que eles voltam na eleição seguinte, posando como anjos que nada sabiam ou chapeuzinhos vermelhos que foram comidas pelo grande lobo mau.

Faz-se necessário uma solução radical. Uma solução enérgica.

Quem viveu no Rio conviveu, nos últimos anos, com o abusado poderio do narcotráfico que se mostrava com fuzis e outras armas em punho no alto do morro. Ninguém acreditava que esse problema poderia terminar. Todo mundo pensava que os narcotraficantes estavam seguros e bem posicionados, quer seria necessária uma guerra sangrenta para expulsá-los. Eles faziam o que queriam em seu “território”. O império da lei não chegava lá.

Mas isso acabou (ou, pelo menos, está acabando...). Os narcotraficantes saíram correndo com a tomada das comunidades pelo poder público. A instalação das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, foi um avanço. Agora quem tem armas em punho no alto do morro é a polícia. Os traficantes fugiram e se esconderam, é claro. Diante dessa retomada, eles não reagiram. Aceitaram-na e agora ou foram para outras comunidades (e municípios...) ou reinventaram a forma de traficar (agora, não mais ostensivamente...).

Ora, vejo que os corruptos em Brasília hoje estão na mesma posição que os narcotraficantes estavam no Rio antes das UPPs. Eles estão mandando e desmandando, estão com armas à mostra e não estão nem aí! Sabem que existe uma lei que os proíbe, mas sabem que essa lei não chega até eles, pois quem deveria aplicá-la está implicado com os próprios corruptos.

Dessa forma, minha proposta é a de se instalar UPPs no Congresso Nacional.

É uma proposta radical, bem sei. Mas devemos seguir adiante.

O primeiro local em que devemos instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora, para acabar de vez com a corrupção, é no Congresso Nacional ou, mais especificamente, na Câmara de Deputados. Em seguida, uma no Senado Federal. Se forem bem sucedidas, diminuiremos bastante o domínio da corrupção no Legislativo.

Sim, meus amigos, devemos usar as Unidades de Polícia Pacificadora para acabar ou, pelo menos, diminuir a corrupção no Poder Público.

Com essa UPP, os corruptos ficarão constrangidos, pois poderão ser presos a qualquer momento. Os holofotes estariam então nos bastidores, nos corredores do Congresso, onde antes ocorriam todas as maracutaias, mutretas e outros acordos.

Alguém poderia argumentar, no entanto, que essa minha proposta é disparatada e idiota. Por exemplo, um provável contra-argumento é que, apesar de hoje os corruptos estarem infestando no presente momento, o normal deles é ficarem na moita, na calada da noite, escondidos. Outro argumento é de que a polícia das UPPs já está sendo acusada de receber propina dos narcotraficantes que estariam retornando ao poder aos poucos.

Contra o primeiro argumento posso responder que, se o intuito da UPP, a longo prazo, é de acabar com a corrupção como um todo, pelo menos no curto prazo, a UPP acabará com a corrupção ostensiva. Podemos ter câmeras de segurança com áudio em todos os recantos do Congresso e, com isso, os corruptos ficariam constrangidos por uma possível gravação. Claro que teríamos de ter uma prévia autorização do STF, mas podemos achacar os ministros do Supremo para dar essa autorização em troca de não instalarmos uma UPP no próprio STF.

Se a UPP acabar com a corrupção ostensiva no Congresso, teremos dado um passo importantíssimo para a moralização do nosso país.

O argumento de que os policiais podem ser cooptados pela corrupção me parece um absurdo. Nossos policiais sempre foram imunes às tentações do dinheiro da criminalidade. Ainda mais a polícia do Rio de Janeiro, a mais íntegra polícia do mundo!

Outra argumentação contra a UPP no Congresso Nacional seria uma possível “militarização” da vida pública brasileira. Devemos lembrar que os militares, no Golpe de 1º de abril de 1964, queriam acabar com os comunistas e os corruptos. O comunismo parece não ser mais um problema, já a corrupção... Posso afirmar que os policiais militares não são os militares em si. Além disso, os tempos são outros. Não quero que os corruptos, tanto os ativos quanto os passivos, tanto os políticos quanto os empreiteiros, sejam torturados, seviciados, cassados e exilados, mas, sim, investigados, processados, julgados e, se Deus quiser, condenados (e, se condenados, presos!). A UPP foi criada justamente com esse intuito: levar o império da lei onde ele não imperava. É isso o que queremos, afinal.

Dessa forma e por todos esses motivos, estou enviando um pedido para o secretário de segurança do Rio de Janeiro para implementar uma UPP no Congresso Nacional.

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