terça-feira, 6 de julho de 2010

Assuntos Humanos, Demasiadamente Humanos

No último post sobre a Derrota do Brasil, afirmei categoricamente que não iria mais escrever sobre futebol. Talvez, meus amigos, tenha sido ainda algum resquício de decepção perante a derrota de nossa amada seleção… Mas, aí, vocês me diriam: “Você está se contradizendo, caro autor, você mesmo anunciou, com tanta altivez, que os jogos de futebol, em particular, e os esportes coletivos, em geral, não significam nada ou pouco significam para a nossa vida cotidiana (ver aqui e aqui). Você é incoerente. Está reclamando da derrota do Brasil, mas, ao mesmo tempo, posa como um indiferente, um blasé, um elitista, um outsider, um lobo da estepe. Mas não é nada disso. É só um bufão, um bobo da corte, um palhaço, um espantalho”.

Diante dessas acusações, não posso me negar a considerá-las verdadeiras. Sou incoerente, sim. Sou contraditório sim. Sou um palhaço, bufão, blasé, outsider, bobo da corte, sim. Tudo isso eu sou. Pois sou humano. E ninguém escapa de nossa contradição. A contradição humana, como bem salientou Machado de Assis.

Posso afirmar, em minha defesa, que os textos em que defendo uma altiva atitude em relação ao futebol e à copa do mundo, são textos ideais, textos nos quais me coloco um plano acima da média, pois idealmente lá gostaria de estar eu.

Mas não estou. Estou aqui.

Sou um pobre escriba que, assistindo ao jogo da seleção, também sofreu como milhares de brasileiros. Não sofri muito, claro. Depois, fui almoçar e, com a barriga cheia, já estava muito feliz.

No entanto, só teço esses comentários para deixar bem claro uma coisa. Se eu quiser escrever sobre futebol, escreverei sobre futebol. Se quiser escrever sobre minha unha encravada, escreverei sobre a minha unha encravada. E por quê? Porque são assuntos humanos.

Bem, vocês podem argumentar que tudo é passível de ser um assunto humano. Concordo. É verdade. Assim, vocês podem considerar muito bem qual é o nicho deste blog.

Por exemplo, até hoje, nunca satirizei um ramo muito fácil de ser satirizado: as celebridades e os paparazzi. Talvez eu comece a satirizá-los, mas é fácil demais. Mais fácil do que as celebridades, só os políticos.

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